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Bolsa derrete e dólar dispara a R$ 5,32; entenda o motivo

Moeda americana fechou em alta de 1,42%, atingindo maior valor desde janeiro de 2023. Ibovespa caiu 1,73%, aos 120.767 pontos

atualizado

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1 de 1 Graficos - economia, bolsa de valores, investimento - PIB - Ações - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O dólar à vista fechou em forte alta de 1,42%, cotado a R$ 5,324, nesta sexta-feira (7/6). Esse foi o maior patamar alcançado pela moeda americana desde janeiro de 2023. Neste ano, ela acumula ganhos de 9,72% frente ao real.

O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), despencou, encerrando o dia em queda de 1,73%, aos 120.767 pontos. Com o resultado, a B3 acumula uma queda de 1,09% na semana e de 10% neste ano.

Na avaliação de analistas, ambos os movimentos foram embalados pelos dados divulgados sobre o nível de empregos nos Estados Unidos, na manhã desta sexta.

De acordo com o Departamento de Trabalho americano, os EUA criaram 272 mil novas vagas de trabalho em maio. O número superou o resultado revisado de abril, que ficou em 165 mil. Ele também ficou bem acima do consenso dos especialistas, que esperavam 190 mil, e da média de 12 meses, de 232 mil novos empregos.

Corte de juros nos EUA

Esses dados indicam que a economia americana segue aquecida e isso tem forte impacto nos mercados globais. Isso porque o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), com o temor de que a inflação local resista, tende a protelar a redução dos juros no país, hoje fixados no intervalo entre 5,25 e 5,50%, o maior patamar desde 2001 – ou seja, em 23 anos.

Elevadas, essas taxas aumentam a atratividade dos títulos da dívida americana, os Treasuries. Em contrapartida, reduzem o interesse dos investidores por ativos de maior risco, como as ações negociadas em Bolsa, notadamente nos países emergentes como o Brasil. Esse cenário também pressiona a alta do dólar.

Fim do otimismo

Na avaliação de Andre Fernandes, especialista em renda variável e sócio da A7 Capital, as apostas de que o Fed poderia fazer dois cortes de juros neste ano caíram. Hoje, diz o analista, a expectativa é de que ocorra somente uma redução em 2024.

Para Fernandes, os números de criação de emprego nos EUA  “acabam com o otimismo do mercado”, que havia sido criado com o início dos cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira (6/6). “E isso tem impacto principalmente nos países emergentes, que veem uma saída do fluxo do investidor estrangeiro, mantendo o pessimismo visto nos últimos dias”, diz o especialista.

Maiores quedas no Ibovespa

Sobre a Bolsa, Fernandes observa que poucas ações subiram no Ibovespa. No lado positivo, os destaques foram para a Embraer, que reflete a aceleração na produção de aviões cargueiros, e para a Suzano, que, por ser uma empresa exportadora, tem correlação com o dólar.

As maiores quedas foram registradas por ações mais sensíveis a mudanças na percepção quanto ao patamar de juros atuais, como Locaweb (LWSA3), Magalu (MGLU3) e Azul (AZUL4). Os juros altos nos EUA, nota Fernandes, “dificultam o trabalho do Banco Central por aqui também, que acaba vendo menos espaço para voltar a cortar a Selic”.

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