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Bolsa de Valores tem o melhor mês de agosto desde 2017. Entenda

Ações ganharam atratividade com perspectiva de redução de juros nos Estados Unidos e bom desempenho das principais empresas listadas na B3

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1 de 1 Imagem de painel da Bolsa de Valores do Brasil - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

A Bolsa de Valores (B3) registrou o melhor resultado para o mês de agosto desde 2017 e o quinto melhor desempenho desde 2000. Isso se considerado o fechamento até a quinta-feira (29/8). A informação foi compilada pelo analista Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta.

Embora a B3 opere em queda nesta sexta-feira (30/8), com baixa de 0,44% até as 15 horas, a lógica do levantamento de Rivero não vai mudar. O fato é que agosto deste ano foi um bom mês para o mercado de capitais no Brasil.

Na avaliação de João Vitor Saccardo, responsável pela mesa de renda variável da Convexa, fatores internos e externos explicam tal desempenho. Um deles é o fato de que, entre os 25 principais papéis da B3, só cinco deles ficaram no campo negativo.

Houve altas expressivas, cita o analista, de ações de bancos, por exemplo, além de empresas como a Petrobras, que avançou cerca de 9% neste mês, e tem grande peso no Ibovespa, o principal índice da B3.

Além disso, nota Saccardo, muitos resultados reportados por companhias sobre o segundo trimestre deste ano vieram acima dos níveis esperados pelo mercado. Esse foi o caso do Bradesco, cujas ações subiram quase 25% em agosto. 

Nas últimas semanas, os agentes econômicos também passaram a apostar em um eventual aumento da taxa básica de juros do país, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para setembro.

“Todos acham que o aumento da Selic só tem aspectos negativos”, diz o especialista. “Mas, se ela subir, as expectativas em torno da inflação para 2025 e 2026 podem ser ancoradas (caminhar para a meta). E isso faz baixar os juros no longo prazo.” 

Fatores externos

Outra justificativa para o vigor da B3, diz o analista, foi a reviravolta em torno da expectativa do comportamento dos juros nos Estados Unidos. No último mês, o mercado global passou a apostar num corte da taxa americana, hoje fixada no intervalo entre 5,25% e 5,50%, maior patamar desde 2001, já a partir de setembro.

Com os juros altos nos EUA, aumenta a atratividade dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, o que reduz o interesse dos investidores por ativos de renda variável, como as ações negociadas em Bolsa, notadamente em países emergentes – caso do Brasil. Em contrapartida, se os juros americanos caem, as ações tornam-se mais interessantes.

Para Saccardo, as ações brasileiras também foram impulsionadas em agosto por aportes feitos por investidores estrangeiros na B3. Eles somaram R$ 9,6 bilhões, de acordo com dados reunidos até quarta-feira (28/8), os mais recentes. Note-se que, ainda assim, esse saldo entre entradas e saídas de recursos no ano está negativo em quase R$ 30 bilhões. 

Por fim, outro aspecto que tem favorecido nas últimas semanas as Bolsas de países emergentes é uma redução da febre em torno das ações das empresas de tecnologia no mercado americano. Nos últimos anos, elas sugaram boa parte dos recursos disponíveis no mundo, “enxugando a liquidez de outros ativos”. Agora, essa sede pelos papéis das “big techs” dá sinais de arrefecimento.

Expectativas

O analista considera que a expectativa em torno do mercado de capitais brasileiro segue positiva. Mas tal prognóstico está condicionado a um sem-número de variáveis. 

Elas incluem, principalmente, os desdobramentos da questão fiscal no Brasil – que trata da relação entre receitas e despesas do governo –, além da definição dos juros básicos tanto no Brasil como nos Estados Unidos.

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