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Bolsa cai com inflação no Brasil e possível avanço dos juros nos EUA

Incerteza aumentou com IPCA-15 acima da expectativa e discurso do presidente do BC americano. Mas dólar fechou em queda, cotado a R$ 4,875

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1 de 1 Graficos - economia, bolsa de valores, investimento - PIB - Ações - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O mercado de capitais sofreu, nesta sexta-feira (25/8), com uma série de notícias que aumentaram a incerteza dos investidores. Elas incluíram a divulgação do IPCA-15, um pouco acima das estimativas do mercado, indicações de que os juros tendem a aumentar nos Estados Unidos, além de dúvidas sobre o projeto que trata de mudanças no rotativo do cartão de crédito. Diante desse quadro, o Ibovespa fechou em queda de 1,02%, aos 115.837 pontos.

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, discursou no simpósio de Jackson Hole. Ele disse que o Fed está preparado para elevar as taxas de juros no país, uma vez que a inflação se mantém alta para os parâmetros da economia americana e processo deflacionário poderá ser mais longo que o esperado.

“Em comparação com os índices americanos, nestes momentos de aperto monetário nos EUA, normalmente os mercados emergentes, como o Brasil, sofrem mais, uma vez que os investidores buscam maior segurança nos investimentos”, diz Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.

Além disso, observa Cardozo, os dados divulgados sobre o IPCA-15, que vieram um pouco acima das expectativas, “surpreenderam o mercado”. O índice em agosto subiu 0,28%, ante a projeção de 0,17%. Para o analista, ainda assim, os “investidores estão confiantes na continuidade do ciclo de baixa da Selic”, iniciado na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), no início de agosto.

Bancos em queda

O analista observa que, além desses movimentos, as ações dos bancos caíram na Bolsa. Ele considera que o recuo pode ser explicado pelo projeto de lei que trata do rotativo do cartão de crédito. “Segundo o relator do projeto de lei, o limite da taxa de juros será de 100%. Ou seja, o valor a ser cobrado de juros não poderá ultrapassar a dívida principal”, diz. “Se o projeto for aprovado, os bancos deverão perder receitas, uma vez que os juros cobrados pelo rotativo de cartão estão em torno de 440% ao ano.”

Nesta sexta, quase todos os papéis do Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), operam em queda. Entre as principais altas do dia, destacam-se Jalles Machado, SLC, São Martinho e Raízen. “São Martinho vem com forte tendência de alta desde março e nos últimos três pregões subiu mais de 10%”, diz Cardozo. “Isso pode ser explicado pela oferta de açúcar no mercado internacional, após as restrições de exportação pela Índia. Com isso, empresas do setor açucareiro são beneficiadas, incluindo também Jalles Machado, SLC e Raízen.”

Dólar

Ainda assim, o dólar fechou em queda de 0,10%, cotado a R$ 4,875. No dia anterior, ele havia encerrado o  pregão com alta de 0,51%, a R$ 4,8798.  A moeda americana acumula atla de 3,09%, em agosto. Na semana, registrou queda de 1,85% e, no ano, recuou 7,64%.

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