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Bolsa brasileira tem pior desempenho desde 2015

Análise da consultoria Elos Ayta mostra que, em dólares, Ibovespa registrou queda de 21% do início de 2024 até o fim da última semana

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1 de 1 imagem colorida painel com cotações bolsa de valores - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Neste ano, entre os altos e baixos do mercado de capitais, os baixos têm prevalecido. Dados da consultoria Elos Ayta mostram que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou queda de 21,28% até 21 de novembro. Até aqui, esse foi o pior desempenho do indicador desde 2015, quando ele despencou 41,03%. Os dados consideram valores em dólar.

Na avaliação de Einar Ribeiro, autor da análise, a explicação para o resultado passa pela valorização da moeda americana frente ao real. “Neste ano, o dólar Ptax (referência, cujo valor é divulgado pelo Banco Central) subiu 20,16%, tornando qualquer investimento no Brasil bem menos atraente para o capital estrangeiro”, afirma Ribeiro.

O analista observa que a valorização da moeda americana “mina o retorno dos investimentos internacionais no país”. “Em reais, o Ibovespa já não vive um bom momento, com queda de 5,41% no ano”, afirma. “Mas, quando a performance é convertida para dólares, o resultado é ainda mais desastroso. O investidor estrangeiro, que já vê o Brasil como um mercado volátil, agora enxerga um risco ainda maior.”

A relação histórica é clara, observa Ribeiro: quando o dólar sobe, o Ibovespa em dólares tende a cair. Em 2002, por exemplo, a moeda americana disparou 52,27% e o índice despencou 45,5%. Em 2009, o cenário foi inverso. Na ocasião, o dólar caiu 25,49%, e o Ibovespa em dólares explodiu em uma alta de 145,16%.

Maiores quedas

Nesse contexto, indica a análise, alguns grupos de ações foram atingidos de forma mais contundente. O setor de transporte aéreo, por exemplo, está entre os mais penalizados. Os papéis da Azul anotaram queda de 74,74% em dólares, a maior do Ibovespa até aqui.

Em segundo e terceiro lugares, vêm dois grupos que prestam serviços educacionais. O Cogna e o Yduqs despencaram, respectivamente, 68,52% e 62,18%. “As dificuldades de recuperação pós-pandemia e a desconfiança dos investidores pesam sobre o setor, que ainda luta para se reerguer”, afirma Ribeiro.

O varejo segue na mesma linha. As ações do Magazine Luiza caíram 64,56%. No setor de alimentos, Carrefour e Assaí tiveram quedas de 57,82% e 57,31%.

“Olhando para o futuro, o cenário é desafiador”, diz o analista. “Enquanto o real continuar perdendo valor, o investidor estrangeiro continuará cauteloso. E o humor desse investidor tem um peso enorme na nossa Bolsa.”

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