Bolsa abre em alta e dólar oscila com foco em dados de emprego nos EUA
Depois de cair forte na véspera, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, esboçava uma reação no início do pregão
atualizado
Compartilhar notícia
Depois de cair forte na véspera, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, esboçava uma reação na abertura do pregão desta quarta-feira (4/10), mirando os 114 mil pontos.
Com os investidores atentos a uma série de dados de emprego nos Estados Unidos, que podem indicar o caminho a ser seguido pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) em relação à taxa de juros, o indicador operava em alta no início da manhã.
Pouco depois das 10h30, o Ibovespa subia 0,22%, aos 113.366,25 pontos.
No dia anterior, o índice fechou em forte baixa de 1,42%, aos 113,4 mil pontos. Com o resultado, acumula perdas de 2,7% em outubro. No acumulado de 2023, a alta ainda é de 3,36%.
Os investidores repercutem a divulgação de dados de emprego nos EUA. A criação de novas vagas de trabalho no setor privado veio bem abaixo do esperado, de acordo com dados divulgados pelo ADP Research Institute, em parceria com o Stanford Digital Economy Lab.
Em setembro, a maior economia do mundo gerou 89 mil vagas no setor privado, um resultado muito inferior ao verificado em agosto (180 mil). O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava a criação de 153 mil vagas em setembro.
Analistas temem que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Federal Reserve. Nesse sentido, a desaceleração na criação de vagas no setor privado é interpretada como uma notícia que pode ser até positiva.
Os números mais importantes da semana serão divulgados na sexta-feira (6/10), com o relatório oficial de emprego (“payroll”) dos EUA, que reúne dados dos setores público e privado.
Menor volume de negócios em 14 meses
Como noticiado pelo Metrópoles, o Ibovespa encerrou o mês de setembro registrando o seu menor patamar, em volume de negócios, em mais de um ano, desde julho de 2022.
No mês passado, de acordo com dados da B3, a média de volume negociado por pregão ficou em R$ 16,1 bilhões.
Trata-se, ainda, do menor valor para setembro desde 2019, antes do início da pandemia de Covid-19. No acumulado de setembro de 2023, o Ibovespa fechou em alta de 0,71%.
Valorização de títulos de dívida nos EUA
Em setembro, segundo especialistas do mercado, o principal índice da Bolsa sentiu os efeitos de uma combinação entre juros nominais ainda elevados – já que o Banco Central (BC) iniciou o ciclo de queda da Selic apenas em agosto – e juros futuros pressionados, em meio ao avanço do rendimento dos títulos da dívida dos EUA nas últimas semanas.
Esses títulos, emitidos pelo Tesouro americano (os chamados Treasuries) e com vencimento para 10 anos, estão no nível mais alto em mais de 15 anos, desde 2007. A valorização desses papéis reduz a atratividade, sob o ponto de vista dos investidores, de aplicações com maior risco, como o mercado de ações de países emergentes – o que explica a queda do Ibovespa.
Dólar
O dólar, por sua vez, operava com forte volatilidade nesta manhã. Às 10h40, depois de cair no início da sessão, a moeda americana avançava 0,06% e era negociada a R$ 5,157.
Na véspera, o dólar teve alta de 1,71%, cotado a R$ 5,153. Com o resultado, acumula ganhos de 2,51% em outubro e perdas de 2,37% em 2023.