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“BC do Lula”: 96% dos investidores apostam em alta de 1 ponto da Selic

Na primeira reunião do BC com maioria indicada pelo governo Lula, mercado é quase unânime ao indicar novo aumento da taxa de juros, a Selic

atualizado

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Fachada do edifício sede do Banco Central do Brasil, em Brasília Metrópoles
1 de 1 Fachada do edifício sede do Banco Central do Brasil, em Brasília Metrópoles - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Há uma virtual unanimidade no mercado sobre o tamanho do novo aumento da taxa básica de juros do país, a Selic, que será anunciado no fim da tarde desta quarta-feira (29/1) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Para 96,46% dos investidores, a elevação alcançará 1 ponto percentual.

Com isso, a Selic vai subir dos atuais 12,25% para 13,25% ao ano. É isso o que indicam, por exemplo, os contratos de Opções de Copom, negociados na Bolsa brasileira (B3), com base no fechamento de terça-feira (28/1).

Além dos quase 100% que indicam o aumento de 1 ponto, as outras apostas não são mais do que insignificantes. Do total de investidores, apenas 0,79% acreditam que a elevação será de 1,25 ponto e outros 2,6% consideram que pode chegar a 1,5 ponto percentual.

Indicação prévia

E há boas razões para a concentração dos palpites. Na última reunião do Copom, em 11 de dezembro, os integrantes da diretoria do BC sinalizaram que promoveriam mais dois ajustes de 1 ponto percentual na taxa.

O primeiro ocorreria agora, em janeiro, e o segundo, em 19 de março, no próximo encontro do Copom. No mercado, essa indicação é chamada de “guidance”. E o BC ressaltou em comunicado divulgado em dezembro que essa orientação seria seguida se “confirmado o cenário econômico esperado”.

Cenário piorou

Para alguns analistas, contudo, a situação preconizada pelo Copom não só se confirmou como piorou. Análise feita pelo Banco Daycoval, por exemplo, considera que houve uma deterioração das expectativas para a inflação desde dezembro.

“No curto prazo, o qualitativo ruim da inflação de serviços e os efeitos da depreciação cambial já ocorrida contribuem para as reavaliações de alta da inflação”, diz um relatório do banco emitido sobre o tema. “No médio prazo, a manutenção da incerteza quanto ao quadro fiscal e a resiliência da atividade, somados ao cenário externo mais desafiador (leia-se sob efeito de Trump), podem estar por trás da ampliação da desancoragem da inflação.”

Inflação projetada

Na prática, observam os analistas da instituição financeira, o Copom projetou em dezembro taxas de inflação medidas pelo IPCA de 4,59% e 4% para 2025 e 2026. De acordo com o estudo do banco, elas já estariam em 5,50% e 4,22%.

Além disso, observa o economista Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da corretora Warren Rena, a recente divulgação do IPCA-15 de janeiro revelou uma composição ruim da inflação com, por exemplo, a aceleração dos núcleos (que reúnem preços menos suscetíveis a fortes oscilações).

Fator positivo

“O único fator positivo, na margem, foi a reversão do movimento de depreciação do real”, diz Goldenstein. “A cotação média que o Copom utilizará em suas projeções será de R$ 6,00, ligeiramente acima dos R$ 5,95 da reunião anterior.”

O economista pondera, contudo, que o câmbio melhorou. “Cabe ressaltar que a perspectiva de adoção pelo governo Trump de uma política comercial mais moderada e gradualista tornou o cenário externo um pouco menos adverso, com enfraquecimento global do dólar e levando o real ao patamar de R$ 5,91 no dia 27/01 (estava em torno de R$ 6,00 na reunião do Copom de dezembro)”, afirma. “De qualquer modo, a apreciação cambial ainda é insuficiente para propiciar um recuo consistente das expectativas de inflação.”

“Pesadelo dos economistas”

Para a Ativa Investimentos, outra demonstração da piora do cenário dos preços foi dada nesta segunda-feira (27/1), pelo Boletim Focus, a pesquisa semanal realizada pelo BC com integrantes do mercado. “Ele trouxe um verdadeiro pesadelo para os economistas, apresentando uma forte piora nas expectativas de inflação, elevação na projeção da taxa de juros e revisão para baixo no crescimento do PIB”, destaca a corretora.

Para o IPCA, o Focus registrou um avanço nas estimativas para a maioria dos anos analisados, à exceção de 2027. “Destaca-se, em particular, o expressivo aumento das projeções para 2025, que passaram de 5,08% para 5,50%.”, diz a nota da Ativa.

“BC do Lula”

A decisão do Copom desta quarta-feira traz uma novidade. Ela acontecerá na primeira reunião do órgão em que a maioria dos diretores é formada por economistas indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de Gabriel Galípolo, o recém-empossado presidente do BC, seis dos atuais diretores assumiram seus postos no atual governo. A lista inclui Izabela Correa (Diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta), Gilneu Vivan (Regulação) e Nilton David (Política Monetária). Os três assumiram os novos cargos em janeiro.

Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais), Rodrigo Alves Teixeira (Administração​) e Ailton de Aquino Santos​ (Fiscalização) também chegaram ao BC com Lula. De toda a diretoria, apenas Diogo Abry Guillen (Política Econômica) e Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) foram indicados no governo anterior.

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