“Barra do fiscal” subiu para o Brasil, diz Campos Neto
Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, “a conta chegou” e é necessário manter os cuidados com o equilíbrio das contas públicas
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (28/8) que a “barra do fiscal” subiu para para o Brasil e os principais países do mundo, depois da elevação de gastos durante o auge da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022.
Segundo o chefe da autoridade monetária, “a conta chegou” e é necessário manter os cuidados com o equilíbrio das contas públicas.
Campos Neto participou, em São Paulo, de um evento promovido pela corretora Warren.
“O mundo passou pela pandemia, fez enormes programas, que foram muito eficientes, mas ficou uma conta para pagar, com uma resistência de alguns governos de retirar os programas. Alguns programas, que eram temporários, viraram permanentes. Ou alguns que deveriam estar diminuindo de tamanho foram intensificados”, afirmou Campos Neto.
“Isso significa que, para a gente, a barra do fiscal fica um pouco mais alta, porque todo mundo vai falar sobre esse assunto”, prosseguiu o presidente do BC.
Campos Neto disse, ainda, que parte do mercado financeiro avalia com um pouco de desconfiança as metas estipuladas pelo governo federal para o equilíbrio das contas públicas, especialmente no marco fiscal. O chefe do BC reiterou que isso se deve, principalmente, à necessidade de o Executivo obter “grandes receitas adicionais”.
Para cumprir o objetivo de zerar o déficit primário em 2024, como determina o marco fiscal, o governo precisaria de pelo menos R$ 100 bilhões a mais de receita.
“A gente pode pensar em algumas coisas, mesmo que não tenham resultado imediato. Se conseguirmos ganhar, em termos de expectativa, um voto de confiança para atravessar esse período, até chegar a um momento de crescer mais e gerar mais receita, todas as iniciativas fazem sentido”, concluiu.