Bank of America aprova início do governo de Javier Milei na Argentina
Entre as medidas positivas citadas pelo banco, estão a proposta de ajuste fiscal rigoroso, a desvalorização cambial e um acordo com o FMI
atualizado
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O governo do presidente Javier Milei na Argentina, que completou um mês no dia 10 de janeiro, adotou boas medidas na área econômica e tem um início promissor. A avaliação é de um relatório do Bank of America (BofA), assinado por Sebastian Rondeau, chefe da equipe de estratégia da instituição financeira.
Entre as medidas positivas citadas pelo banco, estão a proposta de ajuste fiscal rigoroso, a desvalorização cambial e um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“O governo anunciou uma meta orçamentária equilibrada envolvendo um ajuste de 5% do PIB para 2024, sendo 3% do PIB através de cortes de despesas e 2% por medidas de receitas”, afirma o relatório do BofA.
A equipe de análise do banco americano acredita que pelo menos 70% do pacote fiscal apresentado pelo governo Milei pode ser implementado sem a necessidade de aprovação do Congresso argentino.
O Bank of America projeta um superávit primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina em 2024. Ainda segundo o banco, a diferença entre as taxas oficial e paralela do câmbio deve cair a 20%.
Inflação
Em seu relatório, o banco americano também traçou cenários sobre a inflação na Argentina. Em dezembro, o índice ficou em 25,5%, uma forte aceleração ante os 12,8% registrados em novembro. No acumulado de 2023, a inflação no país foi de espantosos 211,4%.
“Vemos o salto da inflação, em parte, como uma correção pontual do preço relativo após a desvalorização e desregulamentação. Mas há também um componente persistente de políticas expansionistas anteriores e indexação generalizada”, afirma o BofA.
“Correções de preços relativos pendentes (por exemplo, na eletricidade, no gás natural, nos combustíveis, nos transportes, na saúde, na educação) pesarão sobre inflação entre janeiro e abril”, diz o texto.
“O fato de o ministro da Economia, Luis Caputo, ter afirmado que o FMI está disposto a celebrar um novo acordo que incorpore novos recursos é positivo para os mercados, embora vejamos isso como uma forma de o FMI esperar por sinais de sucesso relacionados com os ajustes em andamento”, conclui o banco americano.