Bancos soam alarme de iminente “quebra de sistema” ao BC da Argentina
Os bancos vêm alertando o BC da Argentina sobre a falta de espaço para guardar o grande volume de cédulas de pesos malconservadas
atualizado
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As associações que representam os bancos da Argentina têm enviado seguidos ofícios ao Banco Central do país (BCRA), alertando para a iminente “quebra de sistema”. A inflação galopante tem depreciado o valor do peso argentino tão rápido que o excesso de notas gera problemas logísticos às instituições financeiras, que não têm espaço para guardar montes e montes de dinheiro malconservado.
Os bancos comerciais do país estão saturados de cédulas de pesos argentinos. Além disso, as instituições pedem que o governo de Buenos Aires lance notas de maior valor de face para amenizar a situação dos caixas eletrônicos.
O limite de armazenamento de dinheiro dos terminais de autoatendimento já foi ultrapassado há tempos, e os bancos não dão conta de abastecer com cédulas seus caixas eletrônicos. O resultado é que as máquinas ficam constantemente sem notas, principalmente aos finais de semana.
“A situação das cédulas de peso argentino é um problema cuja criticidade tem aumentado, causando dificuldades em termos de logística, capacitação e altos custos financeiros”, informa um dos ofícios enviados ao BCRA, assinado pelas maiores representantes das instituições financeiras do país, a Associação de Bancos da Argentina e a Associação de Bancos Argentinos.
Com a inflação atual do país vizinho em 104,3% ao ano, os preços de bens e serviços têm disparado diariamente, obrigando a Casa da Moeda da Argentina a manter uma grande quantidade de células em circulação.
Como não há recursos para imprimir novas notas nem para destruir as antigas, o governo tem sido obrigado a manter dinheiro velho e danificado disponível em circulação por mais tempo.
Problema antigo
O setor bancário argentino explica que os problemas se acumulam há anos, já que o índice de inflação tem se mantido alto e descontrolado.
O valor das cédulas de dinheiro está em sua mínima histórica neste século. A nota com maior valor de face no país, 1.000 pesos, equivale a US$ 4,40 no mercado oficial, e pouco mais de US$ 2 no paralelo.
Recentemente, o BCRA firmou contratos para produção de cédulas de pesos argentinos com Brasil, Espanha, China, França e Malta.
O Banco Central dos nossos vizinhos anunciou, em fevereiro, planos para lançar a nota de 2.000 pesos.