Bancos pedem bloqueio de R$ 31 mi de Washington Cinel, dono da Gocil
Bancos tentam na Justiça bloquear contas do empresário Washington Cinel por dívidas fora do processo de recuperação judicial de seu grupo
atualizado
Compartilhar notícia
Em meio ao processo de recuperação judicial de seu grupo empresarial, iniciado em outubro, o empresário Washington Cinel, dono da Gocil, uma das maiores empresas de segurança privada do país, enfrenta uma série de pedidos de bloqueio de contas feitos por bancos que o cobram por dívidas na Justiça de São Paulo.
A soma dos valores pedidos chega a R$ 31 milhões — nenhum deles foi acolhido por juízes até o momento. As instituições financeiras, ao lado de um fundo de investimentos, têm acusado Cinel de tentar se esquivar de dívidas e até de cometer fraudes na recuperação judicial de suas empresas.
O banco BS2 afirmou que “há fortes indícios de que o Sr. Washington e suas empresas estão utilizando meios reprováveis e ilegais para dificultar o pagamento das suas dívidas”.
A instituição financeira cobra R$ 21,7 milhões, quer o bloqueio desse mesmo valor e pede à Justiça que ponha a “teimosinha” no rastro do empresário. Trata-se de uma ferramenta da Justiça que faz o bloqueio contínuo das contas bancárias por até um mês.
O Sofisa, que pede bloqueio de R$ 3,2 milhões, afirma à Justiça que Cinel “não vem inadimplindo somente as operações firmadas com o aqui Exequente, mas também com outros credores, o que demonstra, estreme de dúvidas, caráter no mínimo duvidoso quanto ao cumprimento de suas obrigações”.
O Daniele Fundo de Investimentos acusa Cinel e as suas empresas de agirem em “total má fé” quando já preparavam o pedido de recuperação judicial e lhe tomarem mais de R$ 5,1 milhões. Segundo o fundo, a primeira parcela de quitação nem sequer havia vencido quando a Gocil e outras companhias do empresário pediram recuperação judicial.
Os pedidos foram rejeitados pela Justiça, mas os bancos têm apelado.
O grupo de Washington Cinel pediu recuperação judicial no fim de outubro, com R$ 1,76 bilhão em dívidas. Bancos tentaram impedir que a Justiça autorizasse o processo sob alegações de fraude e até mesmo de que Cinel quer viver uma vida de luxo às custas de credores, mas ele acabou sendo autorizado.
O início da recuperação judicial é marcado pela suspensão de todas as ações de cobrança contra o empresário por 180 dias. Até o fim desse período, as empresas devem propor um plano para pagar os credores, que deverá passar pela aprovação em assembleia.
A assessoria de imprensa do Grupo Handz, de Washington Cinel, afirmou que “não faz nenhum comentário ou manifestação sobre quaisquer ações direta ou indiretamente relacionadas com a recuperação judicial”. Segundo o grupo, o processo de recuperação é mantido “com toda lisura e transparência, sempre dialogando com os credores em respeito a todos os envolvidos”.