metropoles.com

Bancos acusam manobra de dono da Gocil para “blindar” avião e iate

Bancos afirmam que Washington Cinel, dono da Gocil, transferiu itens de luxo para empresa com o fim de “blindar” patrimônio de bloqueios

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
WASHINGTON CINEL DONO DA GOCIL - METRÓPOLES
1 de 1 WASHINGTON CINEL DONO DA GOCIL - METRÓPOLES - Foto: Reprodução

Bancos acusam o empresário Washington Cinel, dono do grupo que controla a Gocil, uma das maiores empresas de segurança privada do país, de fazer uma manobra para blindar um iate luxuoso e um avião de bloqueios judiciais para pagar dívidas. O empresário negocia a venda da aeronave por R$ 19 milhões e do barco por R$ 17 milhões.

A transação foi alvo de duros questionamentos na recuperação judicial de seu império de fazendas e empresas de serviços terceirizados, que acumula R$ 1,76 bilhão em dívidas. Bancos travaram uma guerra contra a autorização do processo e afirmam que ele tem usado a Justiça para blindar seu patrimônio e não pagar dívidas.

3 imagens
Fabricante de iates e barcos de luxo Azimut é conhecida como a "Ferrari dos iates". Até Cristiano Ronaldo tem uma Azimut
Washington Cinel, dono da Gocil
1 de 3

Washington Cinel afirma estar em negociação avançada por venda de avião por R$ 19 milhões

Reprodução
2 de 3

Fabricante de iates e barcos de luxo Azimut é conhecida como a "Ferrari dos iates". Até Cristiano Ronaldo tem uma Azimut

Reprodução
3 de 3

Washington Cinel, dono da Gocil

Reprodução

O Grupo Handz, que concentra as empresas de segurança e as fazendas de Cinel, informou à Justiça que está em negociação avançada para vender o iate AZIMUT, modelo 74, a um grande empresário do mercado imobiliário e o jato Laerjet 45 a um advogado tributarista e ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A defesa incluiu no contrato de venda do jato e do iate uma cláusula que condiciona os negócios à autorização do juiz responsável pela recuperação judicial.

Os dois veículos de luxo estão em nome de uma empresa de Cinel que foi incluída na recuperação judicial, a Maná Empreendimentos Imobiliários. Com R$ 34 milhões de patrimônio, a empresa é composta por Cinel e seus familiares. Ela tem como objeto a administração de imóveis próprios. Em nome dela, está também um apartamento de 594 metros quadrados.

Bancos afirmam que todos esses bens são pessoais e deveriam estar de fora da recuperação judicial, situação que permitiria o bloqueio imediato desses ativos para leilão e pagamento de dívidas. Também afirmam que a transferência desses bens para a Maná foi uma manobra para que eles ficassem submetidos à recuperação.

“Ferrari dos iates”

O Itaú afirma que a “embarcação de luxo, cuja fabricante é conhecida como a “Ferrari dos iates” e possui compradores como o Cristiano Ronaldo, não é um bem essencial de uma empresa que possui como objeto social a incorporação de empreendimentos imobiliários”.

“Não há dúvidas que esse bem é de propriedade exclusiva do Sr. Washington, utilizado para seu lazer, e não está sujeito aos efeitos da Recuperação Judicial”, diz o banco.

Já o Banco Luso indagou no processo “por qual razão uma sociedade empresarial com o referido objeto social teria o interesse em adquirir uma embarcação e aeronaves de luxo?”

A pergunta, que é retórica, foi respondida pelo próprio banco: “A resposta é simples, não se trata de bens a serem utilizados pela Maná, mas sim de ativos que permaneceram de uso pessoal do Sr. Washington”.

Defesa diz que vendas trarão fluxo de caixa

O advogado Ivo Waisberg, que defende o Grupo Handz, afirmou à Justiça que “a alienação dos referidos ativos proporcionará a incrementação de seu fluxo de caixa, refletindo medida benéfica à presente recuperação judicial”.

“Referidos bens deixarão de gerar custos com sua manutenção, e ensejarão a obtenção de recursos para que as recuperandas façam frente às suas obrigações e despesas oriundas de suas operações”, diz.

A assessoria de imprensa do Grupo Handz afirma que o “processo de recuperação judicial visa honrar os compromissos com credores e a manutenção dos empregos”. “Sendo assim, a venda de quaisquer bens durante o processo serve para gerar liquidez e/ou reduzir custos com manutenção, para solução da recuperação judicial”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?