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Banco Central Europeu corta juros pela segunda vez em 2024

Medida foi adotada frente a cenário de inflação a caminho da meta e queda da atividade econômica. Taxa passou de 3,75% para 3,50% ao ano

atualizado

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1 de 1 Imagem do símbolo do euro posicionada em frente à sede do Banco Central Europeu - Metrópoles - Foto: Getty Images

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu, nesta quinta-feira (12/9), os juros na zona do euro em 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa passou de 3,75% para 3,50% ao ano. A medida, que era amplamente esperada pelo mercado, mantém o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em junho deste ano. De acordo com o BCE, ela foi resultado das condições inflacionárias e econômicas, ambas em queda na região.

Em relação ao primeiro ponto, o das condições inflacionárias, o Conselho Dirigente do BCE informou que a expectativa é de uma inflação de 2,5% em 2024, “com um aumento temporário previsto para o fim deste ano, seguido por uma diminuição” rumo à meta (fixada em 2%) para o próximo ano. O BCE manteve inalteradas as previsões feitas em junho de aumento de preços de 2,2% para 2025 e 1,9% para 2026. 

A aceleração da inflação prevista para o fim deste ano, disse o BCE, é resultado do fim do impacto de quedas acentuadas anteriores nos preços da energia. O banco afirmou que a inflação interna mantém-se alta, porque os salários continuam aumentando em ritmo elevado.

No comunicado divulgado sobre a decisão, o BCE revisou para cima boa parte das projeções para o núcleo da inflação (ou inflação subjacente) da zona do euro, que exclui preços mais voláteis de alimentos e energia. Elas passaram de 2,8% para 2,9% em 2024 e de 2,2% para 2,3% em 2025. Permaneceram em 2% para 2026, no entanto. 

Economia fraca

Em relação às condições econômicas, o BCE avalia que a atividade está moderada, refletindo um consumo privado e investimentos fracos. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro foram levemente reduzidas em relação a junho. Para 2024, elas passaram de 0,9% para 0,8%. No caso de 2025, a alteração foi de 1,4% para 1,3% e, para 2026, de 1,6% para 1,5%. 

Dependência de dados

Após o anúncio do corte, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que o caminho das principais taxas de juros na zona do euro é “para baixo”. Ela, contudo, não forneceu orientações sobre os próximos passos da política monetária na região. Afirmou apenas que as decisões seguem “dependentes de dados” – termo usado pelos BCs quando as incertezas no cenário econômico impedem indicações. 

“A direção é óbvia, de queda, e não é pré-determinada nem em sequência, nem em volume”, disse, ao ser questionada pela imprensa se são esperados novos cortes de 0,25 ponto percentual nos juros, nas reuniões de outubro e dezembro do BCE. Concluiu Lagarde: “Vamos seguir dependentes de dados e decidir reunião a reunião”.

O ciclo de redução dos juros na zona do euro começou em junho deste ano, também com um corte de 0,25 ponto percentual. Na ocasião, a taxa vinha sendo mantida por cinco anos no patamar de 4% ao ano.

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