Balança comercial tem superávit de US$ 10,6 bi em junho, alta de 19%
Apesar da alta no superávit em junho, balança é prejudicada por queda nos preços internacionais, que fizeram valor exportado cair 8%
atualizado
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A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 10,59 bilhões em junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1/6) pela Secretaria de Comércio Exterior, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O superávit representa alta de 19,1%.
O montante comercializado somou US$ 49,59 bilhões, com US$ 30,09 bilhões em exportações e R$ 19,50 bilhões em importações.
Ocorre cenário de superávit quando há um saldo positivo na balança comercial, isto é, as exportações superam as importações.
Em maio, a balança havia apresentado superávit de US$ 11,4 bilhões, o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1989.
Queda de preços de exportação prejudica balança comercial
Na comparação com junho de 2022, o valor exportado caiu 8,1%, mesmo com o volume subindo 6,7%.
O descompasso ocorreu devido aos preços 15% menores, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. Commodities exportadas pelo Brasil, como itens da agropecuária, têm hoje preço menor no mercado internacional do que há um ano.
Ao todo, a indústria de transformação respondeu por 52,3% do montante exportado (US$ 15,7 bilhões). No entanto, o setor teve queda de 10% no valor e de 5,7% no volume exportado na comparação com o ano anterior. O setor inclui produtos agropecuários que passaram por transformação industrial, como carnes, celulose, açúcares e tipos de ferro.
Já a agropecuária representou 27,1% das exportações brasileiras no mês, com US$ 8,1 bilhões vendidos. O volume exportado pelo agro cresceu 30,4%, embora o valor tenha subido somente 5,3% com a desvalorização internacional das commodities.
Brasil tem superávit no semestre
No acumulado do primeiro semestre, entre janeiro e junho, o superávit acumulado pelo Brasil na balança comercial é de US$ 45,51 bilhões, alta de 32,9%.
No período, as exportações cresceram 1,3% (com destaque para alta de 7% da agropecuária), enquanto as importações caíram 7,1%.
Dentre os parceiros comerciais do semestre, um destaque foi a Argentina, cujas compras do Brasil subiram 26,5%, puxadas em parte pela seca que afeta a produção no país. China, Hong Kong e Macau também ampliaram as compras em 6,3%. Já a União Europeia teve queda de 7,7% no valor importado do Brasil.