Auxílio a montadoras pode custar R$ 8 bilhões aos cofres públicos
Estimativa é da consultoria Bright, especializada no setor. Medida de estímulo a vendas, num primeiro momento, deve ter efeito contrário
atualizado
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As medidas anunciadas na quinta-feira (25/5) pelo governo federal para impulsionar o setor automotivo no país podem custar, em um ano, R$ 8 bilhões em renúncias fiscais aos cofres públicos. A estimativa foi feita pela Bright Consulting, empresa especializada nesse segmento.
O governo vai reduzir entre 1,5% e 10,96% os impostos federais, caso do IPI e PIS/Cofins, de carros que custem até R$ 120 mil. Isso entre junho e dezembro. Paulo Cardamone, CEO da Bright, observa que o cálculo preliminar feito pela empresa leva em conta “um desconto médio”, caso todos os veículos nessa faixa de preço entrem no programa.
O efeito imediato da medida, porém, deve prejudicar maio. De acordo com Cássio Pagliarini, também da Bright, houve uma queda na expectativa de vendas do setor para maio. A consultoria estimava que, neste mês, fossem comercializados 181 mil carros e comerciais leves. “Agora, esse número passou para 170 mil”, diz. “Isso porque as pessoas estão adiando a compra até que as medidas comecem a valer, embora ainda não se saiba quando isso acontecerá.”
No médio prazo, Pagliarini observa que, em carros que custam R$ 90 mil, a queda máxima do preço seria de quase R$ 10 mil. “É bastante dinheiro”, diz. “E há muitos veículos no mercado nessa faixa”. Com o programa do governo em vigor, as montadoras deverão um aumento de vendas, mas numa faixa que está mais longe de ser popula . A Bright acredita que, em um ano de vigência da medida, o acréscimo na comercialização de carros seria de entre 250 mil a 300 mil unidades.