Apesar de aumento, preço da gasolina segue defasado, diz associação
Segundo Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), defasagem média é de -9% para a gasolina e -12% no óleo diesel
atualizado
Compartilhar notícia
Ainda que a Petrobras tenha aumentado em 7% (R$ 0,20 por litro) o preço da gasolina das suas refinarias a partir desta terça-feira (9/7), o valor segue abaixo do praticado no mercado internacional, segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
A entidade ressalta que, com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência, a defasagem média é de -12% no diesel e de -9% para a gasolina. A paridade de importação é calculada diariamente pela associação.
Em maio do ano passado, a Petrobras anunciou o fim da paridade de preços do petróleo – e dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel – com o dólar e o mercado internacional. Desde 2016, o preço desses produtos no mercado interno acompanhava as oscilações internacionais, sem qualquer intervenção do governo para garantir preços menores.
O aumento praticado hoje é o primeiro ajuste nos preços de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras. O último ocorreu em outubro de 2023, uma redução. O mesmo acontece com o botijão de gás de cozinha de 13 kg, que subiu de R$ 3,10 para R$ 34,70. Os preços do GLP não eram alterados desde julho de 2023.
Inflação
O aumento de R$ 0,20 nos combustíveis deve afetar a inflação. Ouvido pelo Metrópoles, o economista André Braz, coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), destacou que a gasolina tem um peso de aproximadamente 5% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil.
“Isso quer dizer que, para cada 1% de aumento do combustível, o impacto no IPCA é de 0,05 ponto percentual”, diz. O economista observa que, na prática, a elevação anunciada pela Petrobras deve acrescentar R$ 0,15 ao preço médio da gasolina do mês passado.
Veja a nota da Petrobras sobre o aumento:
A partir de amanhã, 09/07, a Petrobras ajustará seus preços de venda de gasolina A para as distribuidoras que passará a ser, em média, de R$ 3,01 por litro, um aumento de R$ 0,20 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para composição da gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20 /litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro de gasolina C.
Em 2024, este é o primeiro ajuste nos preços de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras. O último ajuste ocorreu em 21/10/2023, uma redução. E o último aumento ocorreu em 16/08/2023.
Desde a implementação da nova estratégia comercial, a Petrobras reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em R$ 0,17 /litro.
Já para o GLP, a Petrobras ajustará seus preços de venda para as distribuidoras que passará a ser, em média, equivalente a R$ 34,70 por botijão de 13kg, um aumento equivalente a R$ 3,10.
Em 2024, este é o primeiro ajuste nos preços de venda de GLP da Petrobras para as distribuidoras. Os últimos ajustes ocorreram em 17/05 e 01/07/2023, duas reduções. E o último aumento ocorreu em 11/03/2022.
Desde 31/12/2022, a Petrobras reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em valor equivalente a R$ 7,34 /13kg.