Aumentam as chances de mudança da meta da inflação, diz JP Morgan
Os economistas do banco acreditam que a alteração pode ocorrer em 16 de fevereiro, na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
atualizado
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A possibilidade de aumento da meta da inflação é “crescente”, segundo uma nota divulgada nesta segunda-feira (13/2) pelo JP Morgan. Os economistas do banco lembram que, tradicionalmente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) discute esse tema na reunião de junho. Desta vez, porém, o debate pode ser antecipado e acontecer no próximo encontro do órgão, na quinta-feira, 16 de fevereiro.
Na nota, Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira e Mirella Sampaio afirmam: “Independentemente da data, agora, acreditamos que as metas de inflação para este e os próximos anos provavelmente serão elevadas, embora ainda não esteja claro para quanto e por que período de tempo.” Na avaliação do trio de especialistas, o resultado de tal mudança é “altamente incerto”.
A discussão sobre a mudança da meta da inflação entrou para a pauta econômica após os sucessivos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de integrantes de base parlamentar petista, contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto (na foto, em destaque). Esse grupo critica o patamar da taxa básica de juros no país, a Selic, definida pelo BC e atualmente fixada em 13,75%.
Na visão de alguns especialistas, como o professor Márcio Holland, da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, mudar a taxa ou elevar a meta para permitir que o BC reduza os juros de forma artificial pode resultar em mais inflação – e, por consequência, juros ainda maiores. “Isso desmoraliza o combate à inflação”, disse Holland, em entrevista ao Metrópoles.