Ataque golpista a linhas de energia afeta ações da Eletrobras na Bolsa
Segundo a ONS, duas linhas de transmissão (uma no Paraná e outra em Rondônia) foram derrubadas na madrugada desta terça-feira (10/1)
atualizado
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As principais empresas de energia negociadas na Bolsa de Valores apresentaram queda nesta terça-feira (10/1), após supostos ataques realizados a linhas de transmissão elétrica por manifestantes golpistas.
O Operador do Sistema Nacional (ONS), responsável por monitorar o funcionamento da rede, informou que duas torres caíram durante a madrugada de hoje e que parte do sistema foi desligado de forma preventiva. Os reparos serão feitos entre esta quarta (11/1) e sexta-feira (13/1).
A princípio, a rede afetada pertence à Eletrobras. No Paraná, a linha afetada liga a usina de Itaipu à rede de Furnas. Em Rondônia, o trecho que teria sido atacado pelos golpistas liga as usinas de Jirau e Santo Antônio ao linhão do Madeira.
Recém-privatizada, a Eletrobras detém 40% das linhas de transmissão do Sistema Integrado Nacional (SIN), rede que atende todos os estados brasileiros, com exceção de Roraima. Em nota, a empresa disse que identificou o problema e apura as causas da ocorrência.
Questionada pela reportagem do Metrópoles, a Eletrobras não confirmou que o episódio foi causado por um ataque à sua infraestrutura de transmissão, mas a informação teria sido atestada de forma anônima por uma fonte da empresa ao jornal Valor Econômico.
Eletrobras pode buscar compensação
Para Bernardo Viero, analista da Suno, a interrupção temporária do funcionamento das linhas não terá impacto significativo para as receitas da empresa. De qualquer maneira, caso fique comprovado que o evento foi causado por manifestantes golpistas, a Eletrobras poderá buscar ressarcimento.
“Como a empresa é uma gigante do setor, esses ativos representam uma parte ínfima dos seus resultados. Adicionalmente, é de se esperar que a Eletrobras busque alguma compensação para o fato, que não tem relação direta com a gestão dos ativos”, observa Viero.
No fechamento do dia, as ações da antiga estatal de energia encerraram em queda de 1,6% e tiveram o pior desempenho da Bolsa de Valores. O risco para o setor levou a uma queda de empresas do mesmo setor, como a Copel, distribuidora de energia estatal do Paraná, e a EDP, distribuidora do interior de São Paulo. Ambas ações recuaram em torno de 0,4%.
“Embora não tenhamos a noção do que aconteceu de fato, todo o setor sente as notícias de um possível ataque a uma infraestrutura básica. Ontem tivemos algumas notícias de pessoas tentando bloquear o acesso a refinarias e hoje isso. A questão é entender se esses atos terão uma escalada ou não”, avalia Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimentos.