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BC diz que dólar é fator de risco e “não hesitará” em elevar Selic

No documento, Comitê do Banco Central também citou como entrave para a queda da taxa de juros o avanço das expectativas da inflação

atualizado

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Raphael Ribeiro/BCB
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1 de 1 imagem colorida com diretoria do Banco Central em reunião do Copom - Metrópoles - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

A alta do dólar entrou para o balanço de riscos do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e representa o novo fator conjuntural que pode prejudicar a queda da taxa básica de juros do país, a Selic – hoje fixada em 10,50% ao ano.

É isso o que mostra a ata da última reunião do Copom, realizada entre 30 e 31 de julho, divulgada nesta terça-feira (6/8). No documento, o BC afirma que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta, se julgar apropriado”.

Segundo a ata, a taxa de câmbio foi um dos temas “amplamente debatidos” no encontro. O documento diz que os “fluxos de capital refletem um fenômeno global de aversão ao risco, que, a depender dos fundamentos de cada economia emergente, pressiona a taxa de câmbio com intensidade variável”.

No texto, os integrantes do Copom também citam o avanço das expectativas da inflação como um problema para a queda da Selic. Afirma a ata: “Os movimentos recentes de alguns dos condicionantes para a dinâmica da inflação, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, foram amplamente debatidos”. A seguir, acrescenta: “Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes”.

“Impactos deletérios”

O Comitê do BC também mencionou a questão dos gastos públicos na ata. Ele afirma ter acentuado a “visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

Além disso, observa o Comitê, “notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”.

Mercado de trabalho

O Copom também reforçou na ata a preocupação com o mercado de trabalho e a atividade econômica, que “seguem com maior dinamismo do que o esperado”. “Com relação ao mercado de trabalho”, diz o texto, “ressaltou-se que o nível de ocupação, a taxa de desocupação e a renda vêm sistematicamente surpreendendo”.

Novo aumento da Selic

O Copom, unanimemente, avaliou ainda que o momento é de “maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação”. “À luz desse acompanhamento, o Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”. 

 

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