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Argentina: peso desaba 54% e Bolsa dispara após anúncios do governo

O índice S&P Merval avançava 6,2% por volta das 11 horas (pelo horário de Brasília), renovando a máxima. BC manterá juros em 133% ao ano

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Imagem de Javier Milei, presidente da Argentina, discursando em um púlpito. Ele sorri e mexe nos óculos - Metrópoles
1 de 1 Imagem de Javier Milei, presidente da Argentina, discursando em um púlpito. Ele sorri e mexe nos óculos - Metrópoles - Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

No dia seguinte ao anúncio do pacote econômico do novo governo da Argentina, comandado pelo presidente ultraliberal Javier Milei, o peso oficial argentino teve uma desvalorização de 54% na abertura do pregão desta quarta-feira (13/12).

No início da sessão, o dólar oficial era vendido a 800 pesos, ante um fechamento anterior de 366,5 pesos.

O índice S&P Merval, por sua vez, avançava 6,2% por volta das 11 horas (pelo horário de Brasília), renovando a máxima para 1.072.661,76 pontos.

Governo desvaloriza o peso

Os movimentos do peso e do dólar são resultado das medidas tomadas pelo governo. A partir de agora, o dólar oficial tem a cotação fixa de 800 pesos, o que representa um aumento de 118% em relação às cotações anteriores (de cerca de 366 pesos). Para isso, o governo aumentou o imposto de importações, que incide sobre a compra de dólares, e alguns impostos retidos na fonte sobre as exportações não agropecuárias.

A taxa de câmbio oficial teve um acréscimo adicional de 30% do imposto “Pais” (sigla para “Por uma Argentina Inclusiva e Solidária”). O ministro da Economia, Luis Caputo, justificou a medida: “Ajustamos a taxa de câmbio oficial para que os setores produtivos tenham os incentivos adequados para aumentar a produção. Assim, beneficiamos os exportadores com um preço melhor e equiparamos a carga fiscal para todos os setores, deixando de discriminar o setor agropecuário”, afirmou.

Em outubro, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a inflação anual na Argentina chegou a 142,7%, o maior patamar desde 1991. Dados do Indec referentes a setembro mostram que quatro de cada 10 argentinos viviam em situação de pobreza.

O plano de “choque”, como vem sendo tratado pela imprensa argentina, conta com uma série de medidas que confluem, basicamente, em pilares como diminuição da máquina do Estado, corte de gastos, aumento de impostos para importação e desvalorização do peso.

As primeiras medidas econômicas do governo Milei foram anunciadas na véspera pelo ministro da Economia, Luis Caputo.

Banco Central manterá taxa de juros

Também nesta quarta-feira, o Banco Central da Argentina anunciou que vai manter a taxa básica de juros no patamar atual, de 133% ao ano.

A autoridade monetária informou ainda que irá impor uma nova “paridade móvel” para enfraquecer o peso em 2% ao mês.

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