Argentina e FMI chegam a acordo para liberação de US$ 4,7 bilhões
Governo do presidente Javier Milei se compromete com Fundo Monetário Internacional (FMI) a cumprir meta de 2% de superávit primário em 2024
atualizado
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo da Argentina anunciaram, na quarta-feira (10/1), um acordo para a liberação de US$ 4,7 bilhões ao país sul-americano, que enfrenta grave crise econômica.
O governo do presidente Javier Milei se comprometeu com uma meta de 2% de superávit primário em 2024. Além disso, a nova gestão prometeu não aumentar o endividamento do país e melhorar o perfil da dívida interna argentina.
“Espera-se que as receitas sejam apoiadas temporariamente por impostos mais elevados relacionados com o comércio, bem como por ganhos provenientes da normalização da produção agrícola”, afirmou o FMI, em nota.
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, celebrou o acordo com o fundo. “Chegamos a um acordo com o FMI no marco da sétima revisão do Programa de Facilidades Estendidas. Não se trata de um novo acordo, mas da recuperação do acordo anterior que estava afundado pelo descumprimento das metas”, disse, em entrevista coletiva.
“Recuperar esse acordo exigia um maior compromisso para compensar a perda de credibilidade ocorrida nos últimos dois trimestres”, prosseguiu Caputo. “Não é um dinheiro novo. É para pagar os vencimentos de capital que ocorreram em dezembro e o que chega em abril.”
A Argentina havia firmado com o FMI um programa de crédito que prevê o repasse de US$ 44 bilhões em 30 meses. Em troca, o Banco Central argentino aumentaria suas reservas internacionais e o governo se comprometeria a diminuir o déficit fiscal.
De acordo com o FMI, o total de desembolsos referentes a esse acordo inicial com a Argentina já chega a quase US$ 40 bilhões. Desde a retomada da democracia na no país, em 1983, já houve 13 acordos com o fundo.