Argentina anuncia medidas para incentivar consumo e combater inflação
Entre medidas anunciadas pelo governo da Argentina, estão abonos fiscais e pagamento de bônus extraordinários a trabalhadores e aposentados
atualizado
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O governo da Argentina anunciou, no domingo (27/8), um pacote de medidas para incentivar o consumo, diminuir os efeitos da desvalorização do peso e combater a inflação, que ultrapassa 100% ao ano.
“O objetivo principal é que cada um dos setores da economia tenha, de alguma forma, o apoio do Estado”, afirmou o ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do governo à Presidência da Argentina.
“A Argentina tem um empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional desde 2018, que forçou uma desvalorização da nossa moeda nos últimos dias, e a pior seca da nossa história, que prejudicou nossas reservas e contas, mas que também atingiu a economia de muitas famílias”, completou Massa.
Entre as medidas anunciadas pelo governo, estão abonos fiscais, pagamento de bônus extraordinários a trabalhadores e aposentados e a criação de um fundo de US$ 770 milhões para o financiamento de exportações.
O governo peronista de Alberto Fernández também decidiu eliminar alguns impostos sobre a exportação de produtos agrícolas com valor industrial agregado – como arroz, vinho e tabaco.
Sergio Massa anunciou, ainda, novas linhas de crédito com taxas subsidiadas para trabalhadores e bônus para aqueles que recebem ajuda alimentar, além de aposentados.
Novo aporte do FMI
Na semana passada, a diretoria executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou uma nova revisão do acordo com a Argentina, garantindo a liberação imediata de US$ 7,5 bilhões (o equivalente a R$ 36,7 bilhões).
O país da América do Sul, que enfrenta uma grave crise econômica, havia firmado com o FMI um programa de crédito que prevê o repasse de US$ 44 bilhões em 30 meses. Em troca, o Banco Central argentino aumentaria suas reservas internacionais e o governo se comprometeria a diminuir o déficit fiscal.
De acordo com o FMI, o total de desembolsos referentes a esse acordo inicial com a Argentina já chega a US$ 36 bilhões. Desde a retomada da democracia na no país, em 1983, já houve 13 acordos com o fundo.
Crise e eleição
Com uma inflação estrondosa, a Argentina enfrenta escassez de reservas monetárias internacionais, ao mesmo tempo em que há uma forte demanda por dólares.
O país, que está em pleno processo eleitoral para a sucessão do presidente Alberto Fernández, terá o primeiro turno das eleições no dia 2 de outubro. Caso nenhum dos candidatos alcance 45% dos votos válidos, haverá um segundo turno, marcado para 19 de novembro.