Após tombo com sanção da China ao iPhone, ação da Apple volta a subir
Decisão da China de proibir o uso de iPhones por servidores do governo e de empresas estatais derrubou os papéis do gigante de tecnologia
atualizado
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Depois de terem despencado no fim da semana passada na Bolsa de Nasdaq, em Nova York, as ações da Apple esboçam uma reação nesta segunda-feira (11/9) e operavam em alta no início da tarde.
A decisão da China de proibir o uso de iPhones por servidores do governo e de empresas estatais derrubou os papéis do gigante de tecnologia e fez a Apple perder US$ 200 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias.
A companhia mais valiosa do mundo viu suas ações caírem 6,8% entre quarta-feira (6/9) e quinta-feira (7/9) na Bolsa de Nasdaq, focada em empresas de tecnologia.
A Apple é o principal papel negociado nas maiores bolsas americanas. As sanções ao iPhone na China levaram a uma corrida pela venda dos ativos.
Nesta segunda-feira, a ação da Apple parece estar voltando à normalidade. Os papéis da empresa subiam 0,55% por volta das 15 horas (pelo horário de Brasília), negociadas a pouco mais de US$ 179.
A China enfrenta a desaceleração de sua economia – a segunda maior do mundo –, em meio a uma crise no mercado imobiliário. O cenário econômico mais difícil ameaça a demanda por vários produtos, de commodities variadas a artigos eletrônicos.
Para a Apple, a China é o principal mercado estrangeiro e base de sua produção global.
Segundo informações do The Wall Street Journal e da Bloomberg, os funcionários públicos chineses foram proibidos de usar iPhone e celulares de outras marcas estrangeiras durante o período de trabalho.
A decisão foi avaliada por especialistas como mais uma medida do regime de Pequim para limitar a influência da tecnologia estrangeira no país asiático.
O movimento da China também pode ser interpretado como uma resposta à decisão do governo dos Estados Unidos, anunciada em fevereiro, de excluir o aplicativo chinês TikTok de dispositivos federais.
A proibição coincide com a campanha chinesa para promover o lançamento do Mate60 Pro, do gigante de equipamentos de telecomunicações Huawei.
China desacelera
Na segunda-feira (4/9), o principal órgão de planejamento econômico do governo chinês anunciou que vai colocar em prática uma série de medidas para reforçar a economia privada do país, em meio à desaceleração dos últimos meses.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços, divulgado no dia seguinte, registrou forte queda em agosto, de 54,1 para 51,8 pontos, segundo dados da S&P Global.
Na semana passada, o governo chinês havia informado que reduziria as taxas para compras de imóveis. O mercado imobiliário do gigante asiático vem enfrentando graves dificuldades.
Há duas semanas, o Banco do Povo da China (o Banco Central chinês) já havia se comprometido com um maior apoio à atividade econômica do país. A autoridade monetária anunciou um corte nas taxas de juros, para tentar impulsionar a atividade econômica.
Os juros para os empréstimos de um ano, que são a principal referência do mercado local, foram reduzidos em 0,15 ponto percentual, para 2,5% ao ano. Foi o maior corte da taxa de juros na China desde o auge da pandemia de Covid-19.
Bolsas dos EUA
Nesta segunda, os principais índices das bolsas de valores dos Estados Unidos operavam em alta, recuperando parte das perdas acumuladas nos últimos dias.
Por volta de 15h30 (de Brasília), o Dow Jones tinha alta de 0,29%, a 34,6 mil pontos. O S&P 500 subia 0,64%, aos 4,4 mil pontos, enquanto o Nasdaq avançava 0,55%, a 13,8 mil pontos.