Após “seca” de 2022, mercado espera retomada de IPOs na Bolsa em 2023
Em 2022, não houve nenhuma oferta inicial de ações na Bolsa brasileira, pela primeira vez desde 1998; bancos esperam até 15 IPOs em 2023
atualizado
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Depois de um ano marcado pela ausência de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores brasileira, a B3, alguns dos principais bancos do país projetam uma retomada em 2023.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (26/12) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o mercado financeiro estima que devem ocorrer até 15 IPOs na Bolsa no ano que vem. O giro da B3 pode chegar a R$ 80 bilhões, incluindo tanto ofertas de empresas já listadas como de companhias que devem chegar ao mercado brasileiro.
Em 2022, não houve nenhuma oferta inicial de ações na B3 – pela primeira vez desde 1998. Apesar da expectativa de retomada, as projeções estão distantes dos números alcançados em 2020 e 2021.
Apesar da falta de IPOs, 2022 registrou algumas ofertas importantes de ações de empresas. Ao todo, foram 18 transações – a maior delas foi a privatização da Eletrobras, em uma operação de R$ 30 bilhões. Outras ofertas de destaque foram da Eneva e do atacarejo Assaí.
Para 2023, com foco na questão ambiental e em energias renováveis, o mercado espera que empresas como a BRK Ambiental e companhias de saneamento, como Aegea e Iguá, possam seguir o rumo do IPO.
A principal candidata a reabrir o mercado de IPO na Bolsa brasileira é a CTG, geradora de energia no Brasil da China Three Gorges. A companhia já apresentou um protocolo de oferta para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo o responsável global pelo banco de investimento do Itaú BBA no Brasil, Roderick Greenlees, o investidor estrangeiro está com o “dedo no gatilho” para aportar recursos no Brasil. “A visão é a de que o Banco Central brasileiro fez um excelente trabalho na contenção da inflação”, afirmou Greenles ao jornal.
O que esperar de 2023
Como o Metrópoles mostrou, em reportagem publicada no início de dezembro, as projeções para a Bolsa de Valores no próximo ano são um sinal de que, apesar do anúncio de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda, ainda há muitas dúvidas e incertezas.
A condução da política fiscal será determinante para o rumo dos juros. Caso o governo opte por abrir o caixa e gastar mais, como a PEC de Transição sugere que ocorrerá, o aumento de despesas poderá causar um repique inflacionário. Se assim for, o Banco Central deverá manter a Selic em um patamar elevado, ou até deverá aumentar os juros básicos no país.
O Metrópoles reuniu as projeções de quatro corretoras e bancos para o Ibovespa em 2023. No melhor dos cenários, a Bolsa poderia ter um salto de 25% e, no pior, o índice andaria de lado até o final do ano que vem. Clique aqui para ver as projeções e análises.