Após revisão de erro do BC, fluxo cambial vai de positivo a negativo
De uma entrada líquida de US$ 9,6 bilhões, com a correção, a conta passou a registrar uma saída de US$ 3,2 bilhões em 2022
atualizado
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O Banco Central (BC) revisou a série histórica do fluxo cambial após identificar um erro no resultado dessa conta para 2022. Com a correção, ela passou de uma entrada líquida de US$ 9,574 bilhões para uma saída de US$ 3,233 bilhões no ano passado. “Por falha na rotina de compilação, nem todos os códigos de natureza cambial que entraram em vigor em outubro de 2021 foram incluídos no processo de apuração das estatísticas de câmbio contratado”, informou o BC.
O erro, segundo o órgão, ocorreu nas contratações de câmbio para importação, que subiram de US$ 238,1 bilhões para US$ 250,2 bilhões, uma diferença de US$ 12,8 bilhões, constatada após a revisão. Com isso, o saldo líquido de câmbio contratado em 2022 foi reduzido nessa mesma proporção e passou a ser negativo em 3,2 bilhões.
Na avaliação do economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, a correção não tem impacto na economia. “Simplesmente, fizeram uma revisão por falha na apuração. O mundo continua girando no seu eixo”, diz. “Isso não muda em nada a situação interna ou externa.”
O BC informou que vai adaptar as divulgações do fluxo cambial. A partir de agora, o resultado referente ao último dia de cada mês passará a ser informado na terceira semana do mês posterior.
Os dados parciais do mercado de câmbio continuarão sendo divulgados todas as quartas-feiras, mas os números estarão sempre defasados, já que a nova lei cambial permite que operações abaixo de US$ 50 mil sejam comunicadas apenas no dia 5 do mês seguinte. Essas operações relativamente pequenas representam cerca de 3% do valor total operado.