Após queda em outubro, vendas do varejo crescem 0,1% em novembro
Em relação a novembro do ano passado, as vendas do comércio varejista tiveram alta de 2,2%. No acumulado de 12 meses, a expansão foi de 1,5%
atualizado
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O volume de vendas do varejo brasileiro registrou uma alta de 0,1% em novembro de 2023, na comparação mensal, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (17/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação a novembro do ano passado, as vendas do comércio varejista tiveram alta de 2,2%. No acumulado de 12 meses, a expansão foi de 1,5%.
O desempenho do varejo brasileiro em novembro veio em linha com as expectativas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava que houvesse uma alta mensal de 0,1% nas vendas. Já na base anual, a projeção era um crescimento de 2,1%.
Em outubro, as vendas do comércio varejista tiveram queda de 0,3%, na comparação mensal, e alta de 0,2%, na anual.
De acordo com o IBGE, no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, as vendas avançaram 1,3% em relação a outubro.
A média móvel trimestral para o varejo teve ligeira alta de 0,1% no trimestre móvel encerrado em novembro.
6 das 8 atividades tiveram alta na comparação mensal
Na comparação com o mês anterior, houve taxas positivas em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), móveis e eletrodomésticos (4,5%), tecidos, vestuário e calçados (3%), combustíveis e lubrificantes (1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).
Por outro lado, dois setores registraram queda mensal: livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%).
Alta nas vendas em 12 das 27 unidades da Federação
Na comparação mensal, segundo o levantamento do IBGE, houve resultados positivos em 12 das 27 unidades da Federação em outubro, com destaque para Espírito Santo (13,3%), Paraíba (1,8%) e Amapá (1,6%).
Entre as 15 unidades da Federação com queda em novembro, destaque para Goiás (-4,2%), Rio de Janeiro (-4,1%) e Tocantins (-2,2%). Alagoas e Roraima registraram variação nula (0%).
Na comparação anual, por sua vez, as vendas do varejo avançaram em 18 das 27 unidades da Federação.
Análise
Segundo Maykon Douglas, economista da Highpar, “os principais fatores para o resultado foram as vendas de equipamentos e materiais de escritório (18,6%) móveis e eletrodomésticos (4,5%) e tecidos, vestuário e calçados (3%)”.
“Além da Black Friday, a valorização do real frente ao dólar favoreceu o primeiro grupo. Dentro do varejo ampliado, veículos (4%) se saíram melhor e materiais de construção (0,4%) subiram menos que no mês anterior”, explica Maykon.
“Nos hiper e supermercados, segmento com maior peso na pesquisa, o crescimento foi de apenas 0,1%. Com o aumento da renda média no mercado de trabalho, pode haver um deslocamento desse excedente para quitação de dívidas, gerando alguma queda na inadimplência das famílias, em detrimento do consumo”, afirma.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, também citou a influência da Black Friday no resultado do varejo em novembro. “Além do estrutural contribuir para o consumo, por meio de um mercado de trabalho aquecido com uma massa de rendimentos crescentes, em novembro também contamos com outros dois fatores pontuais: a Black Friday e a apreciação do real”, diz.
“Olhando para o curto prazo, a nossa percepção é que o varejo fica no campo positivo até o final do ano. Em dezembro, temos o Natal e as festas de fim de ano, que devem estimular esse macro favorável ao consumo doméstico. Para 2024, o avanço da renda real e a redução no comprometimento de renda e na inadimplência devem contrabalançar um juro real ainda elevado”, conclui Cadilhac.