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Após “inverno cripto”, bitcoin dispara em janeiro e chega a US$ 21 mil

Entre os dias 1º e 17 de janeiro, bitcoin registrou alta acumulada de quase 30%; valorização supera em 5 vezes o índice Nasdaq, nos EUA

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O mercado de criptomoedas foi atingido, no ano passado, pelos efeitos do colapso da FTX, até então a segunda maior corretora cripto do mundo, que mergulhou em uma crise sem precedentes e quebrou.

O “inverno cripto” de 2022 – período em que as cotações de criptomoedas caem de forma expressiva, levando a perdas enormes para os investidores que possuem esses ativos em carteira – foi marcado por quebras de empresas, corrida por saques e incertezas em relação ao futuro.

Mesmo diante de um cenário ainda instável do mercado, com diversas empresas do setor anunciando demissões, os primeiros dias de janeiro vêm indicando um movimento de forte valorização do bitcoin, a primeira e mais difundida criptomoeda do mundo.

Entre os dias 1º e 17 de janeiro, segundo dados do Trading View, o bitcoin registrou alta acumulada de quase 30%, ultrapassando a marca dos US$ 21 mil. A moeda virtual não tinha desempenho tão bom, por tantos dias seguidos, desde novembro de 2013, quando enfileirou 15 dias consecutivos de alta.

Na quinta-feira (19/1), o bitcoin fechou com ganhos de 1,5% no mercado americano, aos US$ 20,9 mil. No mercado brasileiro, a alta foi de 1%, alcançando o patamar de R$ 109 mil.

A moeda digital ainda está distante do pico registrado em 2021 (US$ 69 mil), mas o desempenho do criptoativo nas primeiras semanas de 2023 já foi suficiente para apagar as perdas causadas pela derrocada da FTX. A valorização em 2023 supera em cinco vezes o índice Nasdaq, da Bolsa americana (que subiu quase 6% no mesmo período).

O que explica a escalada do bitcoin

Segundo analistas consultados pela reportagem do Metrópoles, o arrefecimento da inflação nos EUA e a indicação de que, como consequência, a taxa básica de juros da economia americana pode cair em um futuro próximo, são alguns dos motivos que levam à valorização do bitcoin.

As criptomoedas, em geral, são consideradas ativos de maior risco do que investimentos em renda fixa, por exemplo – o que oferece oportunidade de maior retorno.

Projeções apontam que parte dos investidores destinam algo entre 1% e 10% de seu patrimônio para esses ativos de maior risco. Com a perspectiva de inflação menor e juros mais baixos nos EUA neste ano, os criptoativos acabam se tornando mais atraentes. Afinal, juros mais baixos diminuem a rentabilidade da renda fixa, o que anima os investidores a serem mais arrojados.

A forte volatilidade no mercado, uma característica das criptomoedas, também explica a ascensão do bitcoin neste momento. Após períodos de grandes perdas, como ocorreu no fim do ano passado, a tendência é que esses ativos passem por ondas de forte valorização.

Segundo Isac Costa, professor do Ibmec e sócio do Warde Advogados, “a volatilidade desses ativos é naturalmente grande, com altas vertiginosas e baixas muitas vezes ainda mais rápidas”. “Costumamos dizer que o mercado sobe de escada e cai de elevador. No caso do mercado cripto, ele sobe de elevador e cai de montanha russa”, afirmou, em entrevista ao Metrópoles, em dezembro.

“Você não tem fundamentos econômicos claros para determinar os preços e fica ao sabor das forças de demanda e oferta, que são muito sensíveis. Para o bem e para o mal, os preços sempre reagem com exagero. A volatilidade é natural tanto na alta quanto na baixa para essa classe de ativos. O que muda nesse mercado em relação às outras bolhas que conhecemos é que, aparentemente, ele consegue ressurgir.”

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