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Após compra de fábricas da Marfrig, Minerva vê ações desabarem

Pouco depois do meio-dia, os papéis da Minerva desabavam mais de 15% e eram negociados a R$ 9,21, na maior baixa do pregão. Marfrig sobe 10%

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Imagem colorida de homem com mão na cabeça, olhando para um painel com gráficos indicando desempenho de ações da bolsa de valores - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de homem com mão na cabeça, olhando para um painel com gráficos indicando desempenho de ações da bolsa de valores - Metrópoles - Foto: Getty Images

No dia seguinte ao anúncio de que comprou 16 fábricas de abate e desossa de bovinos e ovinos da Marfrig, a Minerva vê suas ações despencarem na bolsa de valores brasileira.

Pouco depois do meio-dia, os papéis da companhia desabavam mais de 15% e eram negociados a R$ 9,21. Até o momento, é a maior baixa do pregão desta terça-feira (29/8).

As ações da Marfrig, por sua vez, registravam os maiores ganhos da sessão. No início da tarde, os papéis da companhia tinham uma valorização de quase 10%, a R$ 7,39.

Na véspera, a Minerva anunciou a aquisição de 16 fábricas de abate e desossa de bovinos e ovinos da Marfrig. Elas incluem 11 plantas no Brasil, três no Uruguai, uma na Argentina e uma no Chile. O valor do negócio é de R$ 7,5 bilhões.

Com a transação, a Marfrig amplia o foco de seu negócio em produtos processados, mas continuará vendendo carne bovina in natura com marcas como a Bassi Angus. Já a Minerva acentua a vocação em commodities.

Por que as ações da Minerva caem

Segundo analistas do mercado, uma das explicações para o desempenho antagônico das ações das duas empresas no pregão desta terça é o fato de os investidores se concentrarem, neste momento, nos possíveis efeitos do negócio sobre a alavancagem financeira das companhias.

Em um relatório enviado a clientes, o BTG Pactual demonstrou ceticismo em relação aos efeitos do negócio para a Minerva. “Nossa esperança de que a Minerva finalmente entrasse em um ciclo de margens mais favorável e a geração de caixa livre será colocada em espera”, afirmou o banco. “Haverá muito para digerir e integrar nos novos ativos antes de poder concretizar as sinergias.”

Para o Santander, embora o mercado tenha recebido a transação inicialmente de forma mais negativa por causa do maior endividamento no curto prazo, a tendência é a de que haja uma mudança de cenário com o passar do tempo.

“A alta alavancagem no curto prazo, combinada com dividendos mais baixos e uma maior concentração de portfólio (especialmente no Brasil), pode ser preocupante para os investidores à primeira vista, embora esperemos que a aquisição seja digerida em 12 a 18 meses, dada a ampla disponibilidade de gado no Brasil”, diz o banco.

O Itaú BBA, por sua vez, avalia que a operação ocorreu em linha com as estratégias anunciadas pelas duas empresas.

“Acreditamos que a melhora do balanço da Marfrig provavelmente a deixará em melhor posição para navegar pela turbulência que poderá surgir à medida que a disponibilidade de gado nos EUA diminuir nos próximos anos”, afirma o banco.

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