Apesar de provisão para a Americanas, BTG tem lucro 28% maior, de R$ 8,3 bi
BTG Pactual registrou receita de R$ 17,2 bilhões, mas teve o lucro reduzido pela baixa contábil (provisão) de parte da dívida da Americanas
atualizado
Compartilhar notícia
O BTG Pactual registrou, em 2022, seu melhor resultado histórico. No acumulado do ano passado, o banco registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,2 bilhões, 28% mais do que em 2021.
Não fossem as provisões (valores que os bancos reservam para cobrir dívidas com baixa probabilidade de pagamento) de R$ 1,2 bilhão relacionadas à dívida da Americanas, o BTG teria registrado um lucro acima do esperado pelo mercado.
O banco decidiu provisionar cerca de 40% dos débitos da varejista, pois considerou que será possível garantir o pagamento dos 60% restantes. No total, a Americanas deve cerca de R$ 3,5 bilhões ao BTG.
No final de semana, o banco obteve uma liminar para manter o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em contas da varejista. A decisão foi considerada um divisor de águas, uma vez que, até então, o banco só havia obtido vitórias na Justiça de São Paulo. A liminar do final de semana foi concedida pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a mesma que acatou o pedido de recuperação judicial da varejista.
“Em 2022 entregamos recordes de receita e lucro líquido, apesar do ambiente macroeconômico mais desafiador e de eventos não recorrentes que impactaram nosso resultado”, disse Roberto Sallouti, presidente do BTG, em comunicado.
A receita do banco alcançou R$ 17,2 bilhões (já descontada a provisão da Americanas), o que representa um salto de 24%. Sem o evento da varejista, o BTG teria faturado 38% mais em relação a 2021.
O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (ROEA), indicador que mede a rentabilidade dos bancos em relação ao tamanho de seus ativos, ficou em 20,8% em 2022, acima dos 20,3% registrados no ano anterior.
A rentabilidade do BTG está acima da registrada pelos bancos maiores. No Itaú, esse indicador está perto de 15%. No Bradesco, o ROEA foi de 13% em 2022.