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Americanas volta a adiar balanço e se diz alvo de “fraude sofisticada”

Segundo a Americanas, os resultados financeiros referentes a 2021 e 2022 devem ser publicados até quinta-feira (16/11)

atualizado

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Em processo de recuperação judicial e vivendo a maior crise de sua história, a Americanas decidiu adiar novamente a divulgação de seu balanço financeiro de 2022, que estava prevista para esta segunda-feira (13/11).

A companhia também pretende divulgar um balanço atualizado referente a 2021, mas o processo de aprovação do documento ainda não foi concluído junto às instâncias internas de governança da varejista.

Segundo a Americanas, os resultados de 2021 e 2022 devem ser publicados até quinta-feira (16/11). Na mesma data, a empresa deve promover uma teleconferência com representantes do mercado na qual divulgará informações sobre a evolução do plano de recuperação judicial.

“A Americanas foi vítima de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas uma tarefa extremamente desafiadora e complexa”, diz a Americanas, em comunicado ao mercado.

Na semana passada, como noticiado pelo Metrópoles, a Bolsa de Valores do Brasil (B3) decidiu retirar o selo do Novo Mercado da Americanas. Além disso, a companhia teve 22 diretores, conselheiros e membros de seu comitê de auditoria punidos pela B3 por descumprimento das regras do Novo Mercado.

O selo foi criado pela B3 em dezembro de 2020 e premia companhias com alto nível de governança e transparência. A perda da classificação, portanto, é um novo dano à reputação da Americanas. Embora tenha perdido o selo do Novo Mercado, a empresa continua listada na Bolsa.

A crise da Americanas

No início deste ano, veio à tona um rombo contábil bilionário nos balanços financeiros da Americanas, estimado inicialmente em R$ 20 bilhões. Recentemente, a CPI da Câmara dos Deputados que investigou o episódio chegou ao fim sem apontar os responsáveis pela possível fraude. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.

No mês passado, como noticiado pelo Metrópoles, a Americanas anunciou, também por meio de um fato relevante, que vai sacar mais R$ 500,6 milhões da linha de financiamento que obteve junto aos acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

Em fevereiro, a Justiça autorizou que os três acionistas fizessem empréstimos de até R$ 2 bilhões para manter a operação da companhia. A empresa já havia utilizado R$ 1 bilhão desses recursos. Agora, os saques somam três quartos do total.

Esse tipo de crédito, chamado de “debtor-in-possession” (DIP), é destinado a companhias em recuperação judicial. É usado para manter e dar liquidez a empresas nessa situação. Por isso, ele teve de ser aprovado pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, onde corre a recuperação judicial da varejista.

A venda de ativos seria outra forma que a Americanas teria para obter recursos. Mas essa não é uma solução simples. Tanto é assim que a companhia decidiu suspender a busca por interessados na compra de sua participação no Grupo Uni.co, dono de marcas como Puket e Imaginarium. De acordo com a empresa, “as condições comerciais propostas” não refletiram o “real valor” do Uni.co.

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