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Americanas suspende negociação para venda da rede Natural da Terra

Americanas havia anunciado que decidiu entrar em período de exclusividade para avaliar uma das propostas apresentadas, recebida em setembro

atualizado

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Fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles
1 de 1 Fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Em processo de recuperação judicial, a Americanas informou, por meio de comunicado ao mercado divulgado na segunda-feira (6/11), que suspendeu as negociações para a venda da rede Hortifruti Natural da Terra (HNT), controlada pela companhia.

De acordo com a varejista, o motivo da suspensão das tratativas se deve a “informações confidenciais e especulações sobre o processo de market sounding do Hortifruti Natural da Terra (HNT), o que afeta o processo e a gestão diária dos negócios”.

“A companhia tem concentrado seus esforços na fase final de preparação das suas demonstrações financeiras e de obtenção do parecer de auditoria com fins a reapresentar suas demonstrações financeiras de 2021 e apresentar suas demonstrações financeiras de 2022”, informa a Americanas.

Ainda segundo a varejista, estão ocorrendo discussões com o potencial interessado no hortifruti para que, em comum acordo, seja formalizado o encerramento do período de exclusividade acertado inicialmente entre as partes.

Na semana passada, a Americanas havia anunciado que decidiu entrar em período de exclusividade para avaliar uma das propostas apresentadas, recebida no dia 12 de setembro.

“Apesar de serem parte relevante do plano de recuperação judicial em discussão com credores, as alienações das UPIs (Unidades Produtivas Isoladas) só fazem sentido dentro de determinados parâmetros, principalmente de preço, mas também de condições de mercado, competição por recursos internos, gestão dos times, entre outros”, diz a Americanas.

A crise da Americanas

No início deste ano, veio à tona um rombo contábil bilionário nos balanços financeiros da Americanas, estimado inicialmente em R$ 20 bilhões. Recentemente, a CPI da Câmara dos Deputados que investigou o episódio chegou ao fim sem apontar os responsáveis pela possível fraude. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.

No mês passado, como noticiado pelo Metrópoles, a Americanas anunciou, também por meio de um fato relevante, que vai sacar mais R$ 500,6 milhões da linha de financiamento que obteve junto aos acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

Em fevereiro, a Justiça autorizou que os três acionistas fizessem empréstimos de até R$ 2 bilhões para manter a operação da companhia. A empresa já havia utilizado R$ 1 bilhão desses recursos. Agora, os saques somam três quartos do total.

Esse tipo de crédito, chamado de “debtor-in-possession” (DIP), é destinado a companhias em recuperação judicial. É usado para manter e dar liquidez a empresas nessa situação. Por isso, ele teve de ser aprovado pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, onde corre a recuperação judicial da varejista.

A venda de ativos seria outra forma que a Americanas teria para obter recursos. Mas essa não é uma solução simples. Tanto é assim que a companhia decidiu suspender a busca por interessados na compra de sua participação no Grupo Uni.co, dono de marcas como Puket e Imaginarium. De acordo com a empresa, “as condições comerciais propostas” não refletiram o “real valor” do Uni.co.

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