Americanas: plano de recuperação judicial é rejeitado por investidores
Com a reprovação unânime do plano apresentado pela Americanas, novas assembleias devem ser realizadas nos dias 26 e 27 de junho
atualizado
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O plano de recuperação judicial da Americanas foi rejeitado por detentores de debêntures da companhia, de acordo com atas de assembleias realizadas nos dias 29 e 30 de maio divulgadas na quinta-feira (1º/6).
Debêntures são títulos de dívida emitidos pelas empresas para a captação de recursos. As reuniões do fim de maio contaram com a participação apenas dos donos de títulos da dívida da Americanas, que representam boa parte dos credores da varejista.
Com a reprovação do plano apresentado, novas assembleias devem ser realizadas nos dias 26 e 27 de junho, quando o assunto voltará à pauta.
Segundo o plano apresentado no fim de março, os detentores de dívidas da varejista teriam de aceitar descontos de ao menos 70% no valor devido pela Americanas.
Segundo as atas divulgadas, “100% dos debenturistas presentes e elegíveis para votar desaprovaram o plano de recuperação”.
Em comunicado ao mercado, a Americanas informou que segue em busca de um consenso sobre seu plano de recuperação, que ainda está sujeito a ajustes.
Com uma dívida que já ultrapassa R$ 50 bilhões, a Americanas entrou em recuperação judicial no início do ano. Esse valor acrescenta aos R$ 42,5 bilhões divulgados em fevereiro mais R$ 7,6 bilhões de débitos mantidos entre as empresas que fazem parte do grupo da companhia.
Do montante de dívidas financeiras e com debêntures, cerca de 44% estão ligadas às chamadas operações de risco sacado, que estão no centro da polêmica que envolve a varejista. Elas deram origem ao rombo contábil anunciado em janeiro, à época estimado em R$ 20 bilhões.