Americanas: Lemann aceita não vender ações por 3 anos, diz agência

O trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, conhecidos acionistas da Americanas, teria aceitado ficar um período de cerca de três anos sem vender ações da empresa, segundo disseram fontes à agência Bloomberg.

O acordo seria parte de um plano de reestruturação da dívida da companhia, que está em recuperação judicial.

O período exato está em negociação. Ainda segundo a Bloomberg, bancos credores querem que o trio de bilionários segure suas ações da empresa ao menos até 2027.

Pelo plano de reestruturação em negociação, Lemann, Telles e Sicupira injetariam ainda R$ 10 bilhões na Americanas imediatamente. Haveria também a possibilidade de R$ 2 bilhões adicionais em duas parcelas, em 2026 e 2027.

O trio possui hoje, ao todo, cerca de 30% da Americanas. A injeção de capital aumentaria essa participação e melhoraria condições de confiança para uma possível oferta de ações no mercado.

Crise da Americanas

A Americanas está em processo de recuperação judicial, com dívida que ultrapassa R$ 50 bilhões. Em janeiro, descobriu-se um rombo contábil somando R$ 20 bilhões nas contas da empresa, o que levou uma série de credores a exigir pagamento antecipado.

O cenário fez a companhia pedir recuperação judicial para evitar uma falência imediata.

Nas últimas semanas, a empresa busca um acordo com credores para pagamento dos compromissos. Após uma versão do plano de recuperação judicial ter sido rejeitado por detentores de debêntures (títulos da dívida da empresa), novas assembleias devem ser realizadas no fim de junho.

Em nota, a empresa afirmou à Bloomberg que “continua comprometida com os seus credores para a construção de um consenso sobre o plano de recuperação judicial, ainda sujeito a revisões e ajustes”.

A Americanas acrescentou ainda que “a companhia busca um plano que reflita visões compartilhadas e atenda às partes envolvidas”.