metropoles.com

Americanas fica no vermelho em 2022; lucro de 2021 vira prejuízo

Em 2021, Americanas reportou um prejuízo de R$ 6,237 bilhões. Em 2022, varejista também ficou no vermelho, com prejuízo de R$ 12,912 bilhões

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Homem passa por fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles
1 de 1 Homem passa por fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Americanas, que está em recuperação judicial e vive a maior crise de sua história, divulgou nesta quinta-feira (16/11) seus balanços revisados referentes a 2021 e 2022, números que vinham sendo muito aguardados pelo mercado nos últimos meses.

Em 2021, a varejista reportou um prejuízo de R$ 6,237 bilhões, revisando o resultado anunciado anteriormente, que indicava um lucro líquido de R$ 544 milhões.

Em 2022, a Americanas também ficou no vermelho, com um prejuízo de R$ 12,912 bilhões. Com os resultados revisados, a companhia registrou um aumento de 104% nas perdas entre 2021 e 2022.

De acordo com a Americanas, o desempenho é consequência do fraco resultado operacional, além de alta despesa financeira e lançamentos extraordinários.

A receita líquida consolidada, em 2022, foi de R$ 25,8 bilhões.

As despesas gerais e administrativas, por sua vez, foram de R$ 9 bilhões, o que corresponde a 35% da receita líquida. O resultado financeiro consolidado de 2022 ficou negativo em R$ 5,2 bilhões – alta de 230,7% em relação às perdas do ano anterior.

Segundo a Americanas, o valor “já considera as despesas de juros dos contratos de risco sacado e contratos de capital de giro devidamente contabilizados”.

Dívidas

No ano passado, a dívida bruta da Americanas teve um aumento significativo e a companhia diminuiu os níveis de caixa e recebíveis.

A dívida líquida foi de R$ 26,3 bilhões, um aumento anual de mais de R$ 12 bilhões.

A Americanas também revisou o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2021, que passou de R$ 2,3 bilhões positivos para R$ 1,8 bilhão negativos.

Já em 2022, o Ebitda ficou negativo em R$ 6,2 bilhões.

Projeções

Além de divulgar os balanços atualizados de 2021 e 2022, a Americanas também fez projeções para 2025, considerando que o plano de recuperação judicial, que vem sendo negociado com os credores da empresa, seja aprovado.

Segundo a varejista, o Ebitda deve alcançar mais de R$ 2,2 bilhões em 2025.

Adiamentos

Os balanços revisados da Americanas de 2021 e 2022 estavam previstos para ser divulgados na segunda-feira (13/11), mas houve um adiamento. Ao todo, foram quatro adiamentos desde o escândalo contábil na companhia, que veio à tona em janeiro deste ano.

“A Americanas foi vítima de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas uma tarefa extremamente desafiadora e complexa”, disse a Americanas, em comunicado ao mercado, no início da semana.

A crise da Americanas

Na semana passada, como noticiado pelo Metrópoles, a Bolsa de Valores do Brasil (B3decidiu retirar o selo do Novo Mercado da Americanas. Além disso, a companhia teve 22 diretores, conselheiros e membros de seu comitê de auditoria punidos pela B3 por descumprimento das regras do Novo Mercado.

O selo foi criado pela B3 em dezembro de 2020 e premia companhias com alto nível de governança e transparência. A perda da classificação, portanto, é um novo dano à reputação da Americanas. Embora tenha perdido o selo do Novo Mercado, a empresa continua listada na Bolsa.

No início deste ano, veio à tona um rombo contábil bilionário nos balanços financeiros da Americanas, estimado inicialmente em R$ 20 bilhões. Recentemente, a CPI da Câmara dos Deputados que investigou o episódio chegou ao fim sem apontar os responsáveis pela possível fraude. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.

No mês passado, como noticiado pelo Metrópoles, a Americanas anunciou, também por meio de um fato relevante, que vai sacar mais R$ 500,6 milhões da linha de financiamento que obteve junto aos acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

Em fevereiro, a Justiça autorizou que os três acionistas fizessem empréstimos de até R$ 2 bilhões para manter a operação da companhia. A empresa já havia utilizado R$ 1 bilhão desses recursos. Agora, os saques somam três quartos do total.

Esse tipo de crédito, chamado de “debtor-in-possession” (DIP), é destinado a companhias em recuperação judicial. É usado para manter e dar liquidez a empresas nessa situação. Por isso, ele teve de ser aprovado pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, onde corre a recuperação judicial da varejista.

A venda de ativos seria outra forma que a Americanas teria para obter recursos. Mas essa não é uma solução simples. Tanto é assim que a companhia decidiu suspender a busca por interessados na compra de sua participação no Grupo Uni.co, dono de marcas como Puket e Imaginarium. De acordo com a empresa, “as condições comerciais propostas” não refletiram o “real valor” do Uni.co.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?