Americanas devolve 20% dos galpões usados para produtos do e-commerce
Foram desocupados pela Americanas 159 mil metros quadrados em Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP)
atualizado
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Em recuperação judicial, com dívidas de R$ 42,5 bilhões, a Americanas acelerou a devolução de galpões e espaços de armazenagem de produtos nos últimos meses.
O processo já havia sido iniciado antes mesmo de a varejista apresentar o pedido de recuperação judicial, em janeiro. No início deste ano, a Americanas fechou um centro de distribuição em Fortaleza.
Um levantamento da imobiliária SDS Properties, especializada em galpões logísticos, mostra que, em 2022, a Americanas ocupou 830 mil metros quadrados em condomínios. Desse total, já foram devolvidos quase 20%.
Até aqui, foram desocupados 159 mil metros quadrados em Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP). Ainda em 2023, serão devolvidos outros quase 70 mil metros quadrados em condomínios logísticos localizados em Curitiba, Porto Alegre e Hortolândia (SP).
“As devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados nos quais a vacância é elevada”, afirmou Simone Santos, CEO da SDS Properties, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Entre as devoluções feitas até o momento, esse risco é maior em Porto Alegre, onde a vacância é de quase 17% – taxa de desocupação maior do que a média nacional, de 10,4%.
Em outras regiões, como São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, o impacto das devoluções deve ser menor, pois são locais muito demandados.
Em nota, a Americanas informou que o fechamento de alguns centros logísticos faz parte de uma estratégia de otimização dos espaços de armazenagem que já estava em andamento desde o ano passado. Segundo a companhia, não houve impacto nas entregas aos clientes.
Para este ano, de acordo com a Americanas, “o planejamento logístico está sendo revisto, considerando a nova realidade financeira da companhia”, mas “ainda não há definições”.