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Americanas: CPI deve ouvir Rial, ex-diretores e membros de auditorias

Sergio Rial deixou o cargo de CEO da Americanas depois de apenas 10 dias na função, em janeiro, após descobrir o rombo contábil bilionário

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o escândalo da Americanas deve ouvir o ex-presidente da companhia Sergio Rial, provavelmente em agosto.

O executivo deixou o cargo de CEO da Americanas depois de apenas 10 dias na função, em janeiro deste ano, após descobrir o rombo contábil bilionário na empresa, que inicialmente foi estimado em R$ 20 bilhões.

Na semana passada, a direção atual da Americanas classificou o episódio, publicamente, como uma “fraude”, atribuída aos diretores que antecederam Rial e a funcionários da varejista.

Segundo os integrantes da CPI, o depoimento de Rial deve ser um dos mais importantes da comissão. No início do mês, o ex-CEO se tornou réu em um processo administrativo no âmbito da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele é acusado de supostamente não ter informado devidamente os investidores sobre o que havia ocorrido na Americanas.

Próximos depoimentos

A CPI da Americanas deve colher os próximos depoimentos apenas no início de julho. Além de Rial, a ideia dos parlamentares é ouvir pelo menos nove ex-diretores da companhia, que não tiveram os nomes divulgados até o momento.

A comissão também deve convocar representantes de auditorias como a PwC e a KPMG. As empresas não detectaram o rombo bilionário na Americanas.

Como noticiado pelo Metrópoles, o escritório de advocacia Daniel Gerber, representante dos acionistas minoritários da Americanas, vai retomar uma ação cautelar na Justiça contra as empresas de auditoria, além de integrantes da diretoria e do conselho de administração da Americanas. A medida também pode alcançar os acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

O escritório de advocacia já havia entrado com um processo similar, em janeiro, pedindo o bloqueio de bens de diretores, conselheiros e acionistas, por causa da fraude de mais de R$ 20 bilhões identificada na empresa. O pedido, inicialmente, havia sido recusado pela Justiça, mas os advogados recorreram da decisão.

Agora, a medida está sendo reeditada com base em novos dados, que incluem um fato relevante divulgado pela varejista e o depoimento do atual CEO da empresa, Leonardo Coelho Pereira, à CPI.

Auditorias na mira

Em entrevista ao Metrópoles, em janeiro, o advogado Daniel Gerber afirmou que “a magnitude dos acontecimentos exclui a possibilidade de mera negligência”.

“Uma coisa é você deixar de enxergar numa operação complexa alguns milhares de reais. Já é difícil, mas pode acontecer”, disse.

‘Agora, não ver bilhões em uma operação realizada com agentes do sistema financeiro nacional… Isso só pode ser motivado pela disposição de não alertar.”

A PwC informou que “não comenta temas de clientes por questões de confidencialidade e regras de sigilo profissional”.

A KPMG disse que, “por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”.

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