Americanas convoca assembleia de credores para o dia 19 de dezembro
Na reunião, credores da Americanas devem discutir o plano de recuperação judicial da companhia. Segunda convocação ficou para 22 de janeiro
atualizado
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A Americanas informou nesta sexta-feira (17/11) que convocou uma assembleia geral de credores para o dia 19 de dezembro, para deliberação sobre o plano de recuperação judicial da companhia.
A convocação foi apresentada nos autos do processo de recuperação judicial da varejista e de suas subsidiárias.
A primeira chamada para assembleia é para o dia 19 e a segunda convocação ficou para o dia 22 de janeiro de 2024. O edital de convocação da reunião ainda não foi publicado.
O processo de recuperação judicial da Americanas está correndo na 4ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro.
Balanço da Americanas
Na quinta-feira (16/11), a Americanas divulgou seus balanços financeiros referentes a 2021 e 2022.
Em 2021, a varejista reportou um prejuízo de R$ 6,237 bilhões, revisando o resultado anunciado anteriormente, que indicava um lucro líquido de R$ 544 milhões.
Em 2022, a Americanas também ficou no vermelho, com um prejuízo de R$ 12,912 bilhões. Com os resultados revisados, a companhia registrou um aumento de 104% nas perdas entre 2021 e 2022.
De acordo com a Americanas, o desempenho é consequência do fraco resultado operacional, além de alta despesa financeira e lançamentos extraordinários.
A fraude contábil que veio à tona em janeiro e mergulhou a Americanas na maior crise de sua história foi de R$ 25,2 bilhões, de acordo com informações divulgadas pela varejista nesta manhã.
O montante é superior ao divulgado em janeiro, quando as “inconsistências contábeis” eram estimadas em cerca de R$ 20 bilhões.
Resultados “compatíveis com a realidade”
O CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, afirmou a investidores que os resultados obtidos pela varejista estão abaixo do que seria desejável, mas são “compatíveis com a realidade”.
Segundo Coelho, que fez uma apresentação a investidores e analistas nesta manhã, a Americanas é a maior “vítima” em todo esse processo.
“Assumimos com objetivo de chegar a um acordo com credores para garantir sustentabilidade da empresa”, destacou o executivo.
Segundo Coelho, a atual gestão da Americanas vem atuando em três frentes: a recuperação judicial, a investigação da fraude contábil e a “transformação” da empresa.
“Acreditamos que, com esse plano, a Americanas estará pronta para renovar seu papel de relevância no varejo brasileiro. Não será fácil, não será simples, mas será feito”, afirmou Coelho.
No início deste ano, veio à tona um rombo contábil bilionário nos balanços financeiros da Americanas, estimado inicialmente em R$ 20 bilhões. Recentemente, a CPI da Câmara dos Deputados que investigou o episódio chegou ao fim sem apontar os responsáveis pela possível fraude. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.