Americanas: balanços vinham sendo fraudados por diretoria anterior
Conclusão é de um relatório elaborado por assessores jurídicos e apresentado ao Conselho de Administração da Americanas
atualizado
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Um relatório elaborado por assessores jurídicos e apresentado ao Conselho de Administração da Americanas apontou que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (13/6) pela Americanas.
Segundo a varejista, os efeitos das supostas fraudes contábeis ainda estão sendo investigados, “mas a expectativa da administração é que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo”.
O relatório apresentado ao conselho teve como base uma série de documentos entregues pelo comitê de investigação independente que apura o caso Americanas.
“Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores. Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022”, diz o comunicado da Americanas.
“Como forma de gerar o caixa necessário para a continuidade das operações das Americanas, a diretoria anterior da companhia contratou uma série de financiamentos nos quais a companhia é devedora perante instituições financeiras, sem as devidas aprovações societárias, todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da companhia de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores.”
A crise da Americanas
A Americanas está em processo de recuperação judicial, com dívidas que ultrapassam R$ 50 bilhões. Em janeiro, foi descoberto um rombo contábil de R$ 20 bilhões nas contas da empresa, o que levou credores a exigirem pagamento antecipado. O cenário fez a companhia pedir recuperação judicial para evitar uma falência imediata.
Nas últimas semanas, a varejista vem buscando um acordo com credores para pagamento dos compromissos. Após uma versão do plano de recuperação judicial ter sido rejeitada por detentores de debêntures (títulos da dívida da empresa), novas assembleias devem ser realizadas no fim de junho.
Em nota, a empresa afirmou que “continua comprometida com os seus credores para a construção de um consenso sobre o plano de recuperação judicial, ainda sujeito a revisões e ajustes”.
A Americanas acrescentou que “busca um plano que reflita visões compartilhadas e atenda às partes envolvidas”.