Americanas acusa Bradesco de tentar “tumultuar” recuperação judicial
Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal, advogados da Americanas dizem que ação judicial do Bradesco tem objetivo “midiático”
atualizado
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A defesa da Americanas pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantenha a decisão de impedir que o Bradesco tenha acesso a e-mails de executivos, diretores e conselheiros da empresa.
Na última quinta-feira (16/2), o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da varejista e invalidou o parecer que havia autorizado ao banco o acesso a essas mensagens.
Na argumentação, a Americanas alega que o Bradesco tenta “tumultuar” seu processo de recuperação judicial e que o propósito da investigação paralela conduzida pelo banco seria a de obter atenção “midiática”.
Ainda de acordo com a defesa da varejista, a perícia dos e-mails não delimita, “sequer minimamente”, o objeto daquilo que seria apreendido. Com isso, o Bradesco poderia “ter acesso, por exemplo, às estratégias processuais e a inúmeros e-mails trocados pelos advogados e o Grupo Americanas”. O argumento foi acolhido por Moraes, do STF.
O banco recorreu ontem (18/2), alegando que jamais houve “qualquer interesse em acessar os e-mails trocados” entre os advogados e a Americanas.
“A Americanas pode não ter coragem de dizê-lo, mas está claro que o que ela quer é usar o fato de haver e-mails trocados com os seus advogados para criar uma mesquinha cortina de fumaça que, de alguma forma, lhe permita interromper as investigações iniciadas a pedido do Bradesco, no seio da companhia”, escreveram os defensores do Bradesco.
No mês passado, a Justiça de São Paulo havia concedido ao banco o direito de nomear uma perícia independente para investigar a origem e os responsáveis pelas inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões no balanço da Americanas.