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Americanas: acionistas pedem bloqueio de bens de majoritários

Grupo de acionistas minoritários da Americanas vai à Procuradoria da República em SP e pede ainda o afastamento de conselheiros e diretores

atualizado

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Um grupo de acionistas minoritários da Americanas entrou com uma ação na Procuradoria da República em São Paulo, na qual pede o bloqueio imediato dos bens dos acionistas majoritários da companhia, incluindo imóveis e ações, assim como o afastamento dos conselheiros e dos diretores da empresa.

Os acionistas de referência da Americanas são os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, atualmente donos da donos da gestora de investimentos 3G Capital e de um patrimônio avaliado em cerca de R$ 160 bilhões. O trio detém 31% das ações da Americanas e esteve no controle da empresa por quase 40 anos.

Vivendo a maior crise de sua história, a Americanas teve aprovado pela Justiça um pedido de recuperação judicial e está mergulhada em dívidas estimadas em R$ 43 bilhões, com mais de 16 mil credores.

Na petição, à qual o Metrópoles teve acesso, os minoritários da Americanas pedem também que os conselheiros e a direção da Americanas, além dos sócios da empresa de auditoria PwC – que aprovou as demonstrações financeiras da varejista – sejam investigados por supostos crimes financeiros.

“Os objetivos da ação, em nome dos acionistas minoritários, é um bloqueio do patrimônio pessoal dos sócios majoritários, acionistas de referência e executivos tanto da Americanas quanto da PwC”, afirmou o advogado Daniel Gerber, que representa o grupo, ao Metrópoles.

“Temos absoluta convicção de que, sem o bloqueio desse patrimônio, não teremos nenhuma garantia no futuro de que haja algum tipo de ressarcimento”, explica Gerber.

Segundo o defensor dos acionistas minoritários, “há forte evidência, com indícios suficientes, de que teria havido uma grande fraude perpetrada pelo Grupo Americanas, com a omissão conivente de executivos da PwC”.

Na ação apresentada à Procuradoria da República em São Paulo, a defesa do grupo de acionistas minoritários da Americanas afirma que esses investidores “viram seu patrimônio reduzido a pó”.

“Com esse cenário de provável fraude contábil derivada de gestão fraudulenta, os mais de 146 mil acionistas minoritários da Americanas (AMER3) que acreditaram na solidez e na confiabilidade da governança corporativa do Grupo, na competência e honestidade das auditorias realizadas pela empresa PWC (PricewaterhouseCoopers), assim como em todas as informações disponibilizadas aos investidores na central de resultados da empresa, viram seu patrimônio reduzido a pó”, diz o documento.

Na ação, os minoritários requerem “medidas assecuratórias de afastamento dos conselheiros e diretores do Grupo Americanas de qualquer ato de gestão relacionado à empresa, assim como o sequestro de valores ou, se for o caso, a indisponibilidade de bens do corpo diretivo e acionistas majoritários da Americanas, bem como dos diretores/auditores da PWC responsáveis pela auditoria em questão, de maneira a possibilitar futuro ressarcimento pelos manifestos prejuízos causados aos milhares de investidores minoritários”.

Em outro trecho do documento, a defesa dos acionistas minoritários afirma que “é incontestável a magnitude dos valores envolvidos, havendo fortes indícios de fraude, cenário no qual as garantias constitucionais da intimidade e privacidade devem ser relativizadas, considerando a necessidade de resguardar ordem pública e o sistema financeiro nacional”.

“Além desta medida cautelar, a situação também requer o sequestro imediato de valores dos possíveis envolvidos na fraude, sejam eles sócios majoritários, conselheiros e diretores responsáveis pela aprovação das demonstrações financeiras da empresa”, diz o texto.

No dia 20 de janeiro, o Metrópoles antecipou que o grupo de minoritários representado pelo advogado Daniel Gerber entraria com uma ação no Ministério Público Federal contra a Americanas e a PwC.

Procurada pelo Metrópoles, a Americanas não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. A PwC informou que não comenta casos envolvendo clientes.

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