Americanas abre negociação para venda da rede Natural da Terra
Segundo documento encaminhado à CVM, a Americanas decidiu entrar em período de exclusividade para avaliar uma das propostas apresentadas
atualizado
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Em processo de recuperação judicial, a Americanas informou, por meio de comunicado ao mercado, que abriu negociações para a possível venda da rede Hortifruti Natural da Terra (HNT), controlada pela companhia.
A informação consta de um comunicado encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na quinta-feira (2/11).
Segundo o documento, a Americanas decidiu entrar em período de exclusividade para avaliar uma das propostas apresentadas, recebida no dia 12 de setembro.
Esse prazo de exclusividade vence em 120 dias após o recebimento da proposta, com possibilidade de prorrogação por mais 60 dias, para aprofundar as negociações. O nome do potencial comprador não foi revelado.
A crise da Americanas
No início deste ano, veio à tona um rombo contábil bilionário nos balanços financeiros da Americanas, estimado inicialmente em R$ 20 bilhões. Recentemente, a CPI da Câmara dos Deputados que investigou o episódio chegou ao fim sem apontar os responsáveis pela possível fraude. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.
No mês passado, como noticiado pelo Metrópoles, a Americanas anunciou, também por meio de um fato relevante, que vai sacar mais R$ 500,6 milhões da linha de financiamento que obteve junto aos acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Em fevereiro, a Justiça autorizou que os três acionistas fizessem empréstimos de até R$ 2 bilhões para manter a operação da companhia. A empresa já havia utilizado R$ 1 bilhão desses recursos. Agora, os saques somam três quartos do total.
Esse tipo de crédito, chamado de “debtor-in-possession” (DIP), é destinado a companhias em recuperação judicial. É usado para manter e dar liquidez a empresas nessa situação. Por isso, ele teve de ser aprovado pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, onde corre a recuperação judicial da varejista.
A venda de ativos seria outra forma que a Americanas teria para obter recursos. Mas essa não é uma solução simples. Tanto é assim que a companhia decidiu suspender a busca por interessados na compra de sua participação no Grupo Uni.co, dono de marcas como Puket e Imaginarium. De acordo com a empresa, “as condições comerciais propostas” não refletiram o “real valor” do Uni.co.