Alta de energia com fim do bônus de Itaipu puxa inflação para cima
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE em agosto, seis tiveram alta de preços. Energia elétrica residencial sobe 4,59%
atualizado
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A alta da energia elétrica residencial foi responsável pela maior influência no resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, em agosto.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação ficou em 0,23% no mês passado, confirmando o cenário de aceleração do índice neste segundo semestre.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE em agosto, seis tiveram alta de preços.
O maior impacto positivo (0,17 ponto percentual) e a maior variação (1,11%) vieram do grupo de habitação. Destacam-se, ainda, as altas de saúde e cuidados pessoais (0,58%) e transportes (0,34%).
Pelas quedas, o grupo alimentação e bebidas caiu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85%). Os demais ficaram entre -0,09% (comunicação) e 0,69% (educação).
A principal influência no resultado de agosto veio de habitação, com destaque para os preços da energia elétrica residencial, com alta de 4,59% e impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.
“O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica o gerente do IPCA/INPC, André Almeida.
Além do fim da incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior, houve reajustes em quatro capitais: Vitória (9,64%), Belém (8,84%), São Luís (7,03%) e São Paulo (3,94%).
Ainda no segmento de habitação, a alta da taxa de água e esgoto foi de 0,19% e também pesou no índice.
Em saúde e cuidados pessoais, a aceleração de 0,58% se deve à alta de preços dos itens de higiene pessoal, que passaram de -0,37% para 0,81% entre julho e agosto. Também subiram os produtos para pele (4,50%) e os perfumes (1,57%).
Combustíveis
Outro componente importante para o IPCA de agosto é o grupo de transportes (0,34%), com altas do carro novo (1,71%) e da gasolina (1,24%).
Em relação aos demais combustíveis (0,87%), o óleo diesel avançou 8,54%, enquanto o etanol (-4,26%) e o gás veicular (-0,72%) recuaram. Depois da alta de 4,97% em julho, as passagens aéreas caíram 11,69% em agosto.
Veja a variação de todos os grupos pesquisados:
- Habitação: 1,11%
- Educação: 0,69%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,58%
- Vestuário: 0,54%
- Despesas pessoais: 0,38%
- Transportes: 0,34%
- Artigos de residência: -0,04%
- Comunicação: -0,09%
- Alimentação e bebidas: -0,85%