Alckmin na Fiesp: inflação está “sob controle” e juros seguem “altos”
Ao participar de congresso da Fiesp, em São Paulo, Geraldo Alckmin disse que o Brasil está pronto para dar um salto de desenvolvimento
atualizado
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (3/10) que o Brasil está pronto para dar um novo salto de desenvolvimento, com novos investimentos nos próximos anos.
Em seu pronunciamento na abertura do 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, Alckmin, no entanto, disse que a taxa de básica de juros (Selic), reduzida em 0,5 ponto percentual nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), continua em um patamar muito alto, o que prejudica o desempenho da economia.
“Temos indicadores de crescimento do PIB acima de 3%, queda na taxa de desemprego, inflação sob controle, juros ainda altos, mas também caindo, o câmbio competitivo, a reforma tributária já aprovada na Câmara Federal, o novo Marco Fiscal… Acho que temos um bom caminho, embora o cenário internacional não seja de grande crescimento”, disse Alckmin.
Em sua fala na Fiesp, o vice-presidente projetou que o país receba um grande aporte de recursos nos próximos anos. “O Brasil, hoje, é o segundo país do mundo em recebimento de investimento externo direto. Só perdemos para os Estados Unidos e temos uma oportunidade enorme de receber mais investimentos”, afirmou.
Elencando uma série de medidas tomadas pelo governo federal para incentivar o setor industrial, Alckmin falou na necessidade de se fomentar “uma neoindustrialização inovadora e verde, com sustentabilidade”.
Acordos comerciais
Em seu discurso na abertura do congresso da Fiesp, Geraldo Alckmin também destacou a importância dos acordos comerciais do Brasil com outros países e blocos.
“O Mercosul tem três acordos: Israel, Egito e Palestina. Nós estamos isolados. Quando você não faz um acordo, fica para trás. É fundamental”, disse.
Presidente da Fiesp
Antes da fala de Alckmin, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, também adotou um discurso de otimismo ao tratar das perspectivas para a indústria e a economia do país.
“Investidores veem no Brasil uma plataforma para a realocação das cadeias globais de valor. Com a pandemia e a guerra na Ucrânia, o mundo todo está revendo onde produzir. É óbvio que a Ásia continuará tendo um papel preponderante em muitas cadeias de produtos industriais, mas grande parte dos novos investimentos serão feitos em outras regiões do mundo”, disse Josué.
“O Brasil oferece condições excepcionais para pelo menos dois dos maiores desafios da humanidade neste momento: a crise climática, que afeta especialmente as populações mais vulneráveis, e a questão da energia, com investimentos em energia eólica e energia solar”, prosseguiu o presidente da Fiesp.
Segundo Josué, esta é “a década do Brasil”, mas o país não pode se contentar em viver uma situação melhor do que os vizinhos da América do Sul.
“Vamos receber enormes investimentos desde que não percamos a oportunidade. Infelizmente, o nosso continente tão sofrido, com países vizinhos passando por momentos tão difíceis, às vezes nos acomoda. Olhamos para o vizinho, que está pior do que a gente, e nos acomodamos, achamos que estamos bem”, concluiu.