Ações do Casino despencam após alerta de possível inadimplência
No maior tombo do dia até o momento, os papéis do Casino despencaram 21% na bolsa de Paris. Nas duas últimas sessões, queda é de 46%
atualizado
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As ações do grupo francês Casino, controlador do Pão de Açúcar no Brasil, desabaram nesta segunda-feira (3/7), depois de a companhia ter alertado que estaria prestes a não cumprir sua linha de crédito – o que significa inadimplência.
No maior tombo do dia até o momento, os papéis do Casino despencaram 21% na bolsa de valores de Paris. Nas duas últimas sessões, o tombo acumulado foi de 46%. Por volta das 8 horas (pelo horário de Brasília), o recuo era de 5%.
Segundo o grupo francês, a dívida bruta garantida do Casino excedeu o limite de 3,5 vezes o lucro estabelecido em sua linha de crédito rotativo. A empresa está em um processo de negociação com os credores.
Há cerca de duas semanas, como noticiado pelo Metrópoles, o Casino anunciou um acordo com credores que, em tese, seria suficiente para evitar um possível calote de títulos de dívida da companhia.
Naquele momento, a empresa informou que os investidores haviam renunciado ao direito de desencadear um eventual “default”. Em linhas gerais, “default” significa calote ou moratória. Ele acontece quando as condições legais de um empréstimo são descumpridas. Ou seja, empresas que atrasam ou não honram pagamentos junto a bancos e demais credores podem entrar em “default”.
Em troca, como parte do acordo, os detentores de títulos ganhariam o direito de poder se apropriar, a qualquer momento, de sua parte dos valores mobiliários do grupo francês mantidos em custódia. Eles também poderiam designar um agente fiduciário para vendê-los.
De acordo com comunicado do Casino divulgado nesta segunda, no entanto, alguns credores ainda não deram uma resposta definitiva sobre os termos do acordo. Caso não se chegue a um consenso, o grupo poderá ficar inadimplente.
O Casino enfrenta grave crise financeira. Segundo estimativa da agência Moody’s, a empresa tem de pagar cerca de 1,2 bilhão de euros (R$ 6,3 bilhões) em dívidas cujo vencimento ocorre em 2024 e mais 1,8 bilhão (R$ 9,5 bilhões) de euros até 2025.