Ações das aéreas disparam com PIB e preço menor do combustível
Em dia de alta generalizada na bolsa, companhias aéreas tiveram alta de mais de 5%
atualizado
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As ações das companhias aéreas brasileiras dispararam mais de 5% nesta quinta-feira (1º/6), em dia de alta forte na bolsa. A ação da Azul fechou em alta de 5,9% e a Gol subiu 5,8%, terminando o dia entre as maiores altas.
O pregão desta quinta-feira teve forte viés positivo em vários setores, com o Ibovespa, que reúne as principais companhias da bolsa, fechando em alta de 2,06%.
Os investidores reagiram sobretudo ao resultado do PIB, que cresceu 1,9% no primeiro trimestre, acima das expectativas.
No caso das aéreas, o dia teve ainda novo corte da Petrobras no preço do querosene de aviação (QAV). A estatal, responsável por 90% do QAV consumido pelas companhias aéreas, reduziu o preço em quase 13% a suas distribuidoras.
PIB foi boa notícias para aéreas
Para Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, o movimento nas aéreas foi uma “mistura” entre o resultado do PIB e o anúncio sobre os combustíveis.
“No caso do PIB, estamos falando de uma surpresa positiva que é bacana para aéreas, que têm correlação grande com o nível de atividade do país”, afirma.
Já o QAV é reajustado pela Petrobras mensalmente, de modo que o ajuste para baixo nesta quinta-feira já era esperado.
A animação do mercado com as ações das aéreas veio sobretudo quando a Petrobras alterou a política de preços em maio, encerrando a Política de Paridade de Importação (PPI). “Como houve na ocasião um ajuste para baixo de gasolina e diesel, já se sabia que, possivelmente, haveria também no QAV. Hoje tivemos essa confirmação”, diz Arbetman.
No mês, a ação da Azul acumula alta de quase 66%, e a da Gol, de 35%. As duas principais aéreas da bolsa brasileira (a Latam tem sede no Chile) têm tido desempenho muito acima do Ibovespa, que subiu pouco mais de 8% no mês.
O QAV é usado como combustível nos aviões comerciais e responde por 40% dos custos das aéreas, segundo associações do setor. Nos últimos anos, além dos efeitos da Covid-19 e contração na demanda, empresas têm tido forte pressão de custos com o aumento dos combustíveis e dólar alto.