Ações da Vale e de siderúrgicas pesam e Bolsa encerra o dia com queda
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia em queda de 0,25%, influenciado pela desvalorização da Vale
atualizado
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A crise financeira que tem afetado as ações de grandes bancos no mundo desenvolvido continua respingando no mercado brasileiro. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), recuou 0,25%, aos 102.675 pontos, e renovou o pior nível desde o final do ano passado.
No dia, as ações que influenciaram o saldo final da Bolsa foram as do setor de mineração e siderurgia. A Vale, empresa de maior peso no Ibovespa, recuou 3%. As siderúrgicas CSN e Gerdau recuaram ainda mais, em torno de 6%. A venda de papéis do setor se deu após a desvalorização do minério de ferro na China.
A crise financeira que contaminou bancos dos Estados Unidos (como o Silicon Valley Bank e o Signature Bank, ambos com a falência decretada) e da Europa (como o Credit Suisse, que enfrenta problemas de liquidez) está afetando a cotação das commodities. A previsão dos economistas é que o problema do setor impacte a atividade econômica dos países desenvolvidos, o que deve reduzir a demanda por produtos básicos.
Com isso, as ações do setor de petróleo também tiveram um dia ruim. A Petrobras, líder do segmento e segunda maior empresa do Ibovespa, registrou desvalorização de quase 2%. A Prio (antiga PetroRio) também recuou 3%.
Por outro lado, a instabilidade no setor bancário aumentou a percepção de que os bancos centrais dos Estados Unidos e Europa darão uma pausa no ciclo de alta de juros, para aliviar a pressão sobre as instituições financeiras e evitar uma desaceleração maior da economia. É possível que o próprio Banco Central brasileiro também promova algum alívio nos juros no curto ou médio prazo.
Essa visão favoreceu as empresas ligadas ao crédito e ao consumo no Brasil. A ação de melhor desempenho no dia foi a da empresa de cashback Méliuz, que avançou 10% no pregão. A construtora MRV e o grupo de cosméticos Natura registraram valorização de cerca de 7%. Mas o saldo final do Ibovespa mostra que o avanço desse grupo de empresas não foi suficiente para sustentar a Bolsa no dia.
A exceção para as altas no segmento de consumo foi a CVC. As ações da empresa de viagens tiveram o pior desempenho do dia, com queda de 6%. A venda dos papéis foi uma reação ao balanço de resultados do 4º trimestre da CVC, que mostrou um prejuízo líquido de R$ 96,8. Em 2022, como um todo, o resultado foi negativo em R$ 433,4 milhões.
Dólar
O dólar operou em alta de 0,7% nesta quarta-feira (15/3), ainda em razão da turbulência registrada no exterior. A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 5,29.