Ações da Hapvida desabam após divulgação de balanço fraco
Empresa de planos de saúde reportou prejuízo de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre de 2022. Queda do valor de mercado chegou a R$ 11,2 bi
atualizado
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As ações da operadora de planos de saúde Hapvida registraram forte queda nesta quarta-feira (1º/3), após a empresa divulgar dados do último balanço trimestral de 2022. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro de R$ 200 milhões alcançado no mesmo período, em 2021.
Às 11h15 desta quarta, as ações ordinárias da empresa haviam caído 21,38%, cotadas a R$ 3,53. Às 13h15, segundo dados da empresa TradeMap, a Hapvida havia perdido R$ 11,2 bilhões em valor de mercado, o equivalente à soma da OdontoPrev (R$ 6,1 bilhões) e da Dasa (R$ 5 bilhões), que também atuam no segmento de saúde.
Com o resultado, o Credit Suisse cortou a recomendação para as ações da empresa. Ela passou da classficação de “acima da média” para “neutra”. O preço-alvo dos papéis foi reduzido de R$ 6,50 para R$ 4,40.
Na avaliação da Ativa Investimentos, do lado positivo, a companhia apresentou 100 mil novos beneficiários em sua carteira, o que foi considerado um bom número. Esse crescimento foi puxado, principalmente, pelo bom desempenho do mercado de trabalho no trimestre, que impulsionou novas adesões a planos coletivos. Um avanço similar vem sendo registrado em todo o setor.
Por outro lado, o índice de sinistralidade, a relação entre quanto os beneficiários pagam e quanto eles gastam em serviços, segue como o principal ponto negativo da empresa. “A alta frequência de utilização parece não diminuir mesmo num semestre sazonalmente mais fraco”, aponta o relatório da Ativa, citando crescimento no uso de exames, consultas e internações.
A queda de desempenho, porém, não atinge somente a Hapvida. Dados divulgados em dezembro pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sobre o terceiro trimestre de 2022, traziam resultados pouco animadores para o segmento como um todo. Os planos médico-hospitalares em geral, na ocasião, acusaram prejuízo operacional de R$ 5,5 bilhões.