“Abrimos mão de tudo em troca de previsibilidade”, diz Anfavea
Afirmação foi feita pelo presidente da entidade, Márcio Leite. Em 2022, houve aumento de produção, mas queda de vendas do setor no Brasil
atualizado
Compartilhar notícia
A setor automotivo definiu na manhã desta sexta-feira (6/1) qual será seu pilar de reivindicações para os próximos anos, no período que corresponde à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Abrimos mão de tudo em troca de previsibilidade”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Leite frisou ainda a importância para o setor produtivo da manutenção das reformas da Previdência e a trabalhista, além de avanços na tributária. “Precisamos acelerar essas mudanças”, acrescentou o presidente da Anfavea, entidade que reúne os produtores tanto de automóveis, leves e pesados, como de máquinas dos setores agrícola e de construção.
As declarações foram feitas durante a apresentação dos resultados do setor automotivo no Brasil em 2022. A produção de veículos cresceu 5,4% no ano passado no país, passando de 2,248 milhões, em 2021, para 2,369 milhões de unidades, em 2022.
Tal crescimento foi puxado por fatores como as exportações, que avançaram 27,8% nesse período. As vendas no mercado interno, no entanto, caíram 0,7% no mesmo período, conforme já havia sido noticiado pelo Metrópoles.
Na prática, contudo, há forte estagnação no segmento. O total de veículos produzidos no ano passado, de 2,369 milhões, está aquém dos patamares que vinham sendo alcançados pela indústria, que já giraram em torno de 3 milhões. O potencial estimado para o Brasil, observou Leite, é de 4 milhões a 5 milhões de unidades.
O presidente da Anfavea ponderou, contudo, que a produção poderia ter sido maior no ano passado. Ela foi prejudicada, notadamente, pela falta de componentes, caso dos semicondutores, os chips, utilizados nos automóveis.
Tal crise, que é global, havia resultado numa queda de produção de 370 mil veículos em 2021, no Brasil, e de 10,5 milhões, no mundo. No ano passado, esse déficit foi de 250 mil unidades no país e 4,5 milhões no restante do planeta.