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A “surpresa” não veio: Simone Tebet erra previsão sobre inflação de abril

Apesar de confirmar a desaceleração da inflação, IPCA veio acima das expectativas do mercado, ao contrário do que afirmou Simone Tebet

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Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB)
1 de 1 Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou, no início da semana, que o dado referente ao mês de abril do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, viria “um pouco menor do que a expectativa”. “Teremos uma surpresa”, disse Tebet durante uma audiência pública no Senado. Pois a “surpresa” não se confirmou.

A “bola de cristal” da ministra falhou e, nesta sexta-feira (12/5), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de abril ficou em 0,61%. No acumulado de 12 meses, o índice foi de 4,18%.

Apesar de confirmar a desaceleração da inflação nos últimos meses, o IPCA veio um pouco acima das expectativas do mercado, ao contrário do que previa Tebet. O consenso Refinitiv projetava inflação de 0,54% em abril e de 4,1% no acumulado de 12 meses.

A desaceleração da inflação brasileira, na verdade, já era notícia velha e não surpreende o mercado. Como o Metrópoles mostrou em reportagem publicada no dia 27 de abril, a inflação no Brasil deve manter a tendência de queda até o fim do primeiro semestre de 2023, mas, provavelmente, voltará a acelerar na segunda metade do ano – quando deve chegar a um patamar próximo de 6%.

Segundo a última edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgada no início da semana, o IPCA fechará 2023 em 6,02%.

De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para 2023 é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ela será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

Ao Metrópoles, André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), já afirmava, no início da semana, que qualquer comemoração antecipada de uma possível queda da inflação anual era precipitada.

“Tudo parece caminhar para alguma melhora, mas ainda é cedo para cravarmos. A inflação deverá desacelerar até junho, mas depois acelerará na direção de 6%”, afirma.

Segundo o economista da FGV, a inflação anual no Brasil cairá para o menor nível em 12 meses em junho, rondando os 3,8%. “Mas, a partir de julho, volta a subir”, projeta.

“No segundo semestre do ano passado, tivemos a redução do PIS-Cofins e do ICMS sobre energia, telefonia e gasolina, o que freou muito a inflação. Em 2022, esses preços caíram muito por causa da renúncia fiscal. Neste ano, isso não acontecerá”, explicou Braz.

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