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À espera do arcabouço fiscal de Haddad, Bolsa sobe e dólar cai

Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançou 0,8%, com investidores aguardando a divulgação da nova regra fiscal do governo

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Pessoas observam o telão da Bolsa de Valores, a B3, na Rua XV de Novembro, região central de São Paulo 1
1 de 1 Pessoas observam o telão da Bolsa de Valores, a B3, na Rua XV de Novembro, região central de São Paulo 1 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Na Bolsa de Valores brasileira (B3), o dia foi de montanha russa. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações, avançou 0,8% e terminou a segunda-feira (6/3) cotado a 104.700 pontos.

De manhã, a Bolsa chegou a recuar 0,5%, em razão da projeção de crescimento menor da China em 2023. O governo chinês confirmou que a meta de crescimento para o país neste ano é de cerca de 5%, uma das menores das últimas décadas.

A perspectiva de desaceleração da economia do principal parceiro comercial brasileiro afetou empresas como as exportadoras de minério e de aço CSN, Vale e Gerdau. Tais ações registraram queda de 3%.

Embora o fator China tenha influenciado as ações de empresas exportadoras, no final do pregão, o saldo da Bolsa foi positivo graças às expectativas pelo novo pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Estamos com o nosso desenho (da regra fiscal) fechado, vamos apresentar para a área econômica, levar ao presidente Lula e encaminhar para o Congresso”, disse Haddad, na tarde desta segunda-feira (6/3).

Ainda não há uma data para que o governo apresente o novo arcabouço que definirá as regras de receitas e despesas do orçamento federal. A previsão do ministro da Fazenda é que isso ocorra até o final do mês.

A perspectiva de uma nova âncora fiscal deu um refresco para os juros futuros, uma vez que o controle de despesas do governo é condição essencial para a queda da inflação e, consequentemente, da Selic.

Nesse cenário, as ações de empresas ligadas ao consumo das famílias são beneficiadas. As varejistas Via e Magazine Luiza subiram 10% e 5%, respectivamente, na Bolsa.

Azul e Gol

Os melhores desempenhos do dia foram os das companhias aéreas Azul e Gol. A primeira teve valorização de 46% e a segunda avançou 25%. A corrida pelos papéis foi causada pela renegociação de dívidas anunciada por ambas empresas na noite de ontem (5/3).

A Azul anunciou que firmou acordos com arrendadores de aeronaves. Tais dívidas representavam cerca de 80% do passivo total da empresa. Esses acordos são parte de um plano da Azul para fortalecer a geração de caixa da companhia.

Já a Gol disse que fará uma reestruturação de parte de sua dívida. Segundo o comunicado, a controladora da companhia aérea, a holding Abra (que também controla a operação internacional da Avianca), concederá um financiamento de US$ 1,4 bilhão, ou cerca de R$ 7,3 bilhões na atual cotação do dólar.

Os anúncios foram vistos como uma etapa essencial para a recuperação das duas companhias aéreas e para a superação do capítulo da pandemia, que deixou o setor à beira da falência.

Dólar

O dólar recuou 0,6% nesta segunda-feira. A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 5,17.

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