Zelensky rejeita cessar-fogo de Natal sugerido por premiê da Hungria
Ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou proposta de Viktor Orbán, a quem acusou de querer “impulsionar a imagem pessoal”
atualizado
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, rejeitou uma proposta de cessar-fogo de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria. A revelação aconteceu nesta quarta-feira (11/12), após os dois mandatários trocarem farpas nas redes sociais.
Zelensky acusou Orbán de querer “impulsionar a imagem pessoal” com o possível acordo de cessar-fogo. Os detalhes da proposta, no entanto, não foram divulgados.
“Todos nós esperamos que Viktor Orbán pelo menos não chamará Assad em Moscou para ouvir suas palestras de uma hora”, provocou o presidente ucraniano em uma publicação no X. “É absolutamente claro que alcançar a paz real e a segurança garantida requer a determinação da América, a unidade da Europa e o compromisso inabalável de todos os parceiros com os Propósitos e Princípios da Carta da ONU. Ninguém deve impulsionar a imagem pessoal às custas da unidade; todos devem se concentrar no sucesso compartilhado. A unidade na Europa sempre foi a chave para alcançá-la. Não pode haver discussões sobre a guerra que a Rússia trava contra a Ucrânia sem a Ucrânia”, reclamou o presidente do país.
A fala de Zelensky surgiu após o presidente de Hungria conversar com Putin por telefone, nesta quarta. Segundo o Kremlin, “um dos principais tópicos da conversa foram maneiras de resolver o conflito ucraniano”.
Depois da alfinetada de Zelensky, Orbán lamentou a decisão do presidente da Ucrânia, e afirmou que a Hungria fez o que pode para tentar costurar uma solução de paz para a guerra que está prestes a completar três anos.
“No final da presidência húngara da UE (União Europeia), fizemos novos esforços pela paz”, disse o presidente da Hungria no X. “Propusemos um cessar-fogo de Natal e uma troca de prisioneiros em larga escala.É triste que o presidente Zelensky tenha rejeitado e descartado isso claramente hoje. Fizemos o que podíamos!”.
A Hungria é um dos 32 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Apesar disso, o premiê húngaro tem mantido uma posição crítica sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, e não adotou a mesma postura de outros membros da aliança, que saíram em defesa dos ucranianos.